São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996
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'Pensar forte' é nova exigência

DA REDAÇÃO

O fim da psicanálise no papel da grande panacéia do século 20 e a necessidade, cada vez mais urgente, de procurar respostas para uma "angústia existencial" do homem urbano são apontados por alguns estudiosos europeus como responsáveis pela nova onda da filosofia.
E, se o fenômeno não é novo no mundo -há na verdade uma crescente mistura entre as chamadas alta e baixa culturas nos produtos culturais-, no Brasil as palestras cumprem um papel educativo.
"A educação no Brasil rompeu com uma certa formação humanista, que possibilitava ao aluno de engenharia ou medicina ter contato com as ciências humanas", diz a filósofa Olgária Mattos, que afirma ainda que "as pessoas sentem falta do que nunca tiveram antes".
Pensamento forte
Hoje, o que se procura nos grandes centros das ciências humanas pelo mundo é a formação de um "pensamento forte". A expressão foi criada para definir o papel do intelectual em momento de crise das ideologias, com o fim dos governos de orientação marxista.
Curiosamente, a definição serviu também para abrigar novos pensadores de esquerda, que colocam os "valores do homem" à frente dos dogmas.
O que o pensamento forte -tão bem representado nos intelectuais que falam hoje em São Paulo- deseja é lutar contra a "banalização do mal". Talvez seja o último engajamento possível.

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