São Paulo, sexta-feira, 14 de junho de 1996 |
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Gorbatchov prepara futuro político
JAIME SPITZCOVSKY
O favorito para a eleição de domingo é o atual presidente, Boris Ieltsin. Ele conta com 40% das intenções de voto, contra 31% do candidato neocomunista, Guennadi Ziuganov. Os dados são da pesquisa do Instituto da Sociologia do Parlamentarismo (ISP), uma organização independente. Gorbatchov, um dos responsáveis pelo fim da Guerra Fria e Prêmio Nobel da Paz de 1990, não admite publicamente que prioriza uma estratégia de "lenta recuperação". Mas a Folha apurou que o comando da campanha gorbatchovista descarta a chance de uma votação expressiva e se preocupa mais em promover a imagem do candidato junto a eleitores com menos de 30 anos. Gorbatchov visitou ontem a Universidade de Pedagogia de Vladimir e falou para uma platéia de cerca de 200 pessoas, em sua maioria estudantes. Não houve hostilidade, como xingamentos e tentativa de agressão ocorridos em viagens na Sibéria e sul da Rússia. Aclamado no Ocidente como democratizador da URSS, em casa Gorbatchov enfrenta a imagem de responsável pela crise econômica que levou o país a pedir ajuda humanitária ao exterior em 1990. Também carrega a acusação de tentar reformar e salvar o Partido Comunista em vez de eliminá-lo, como tenta fazer seu rival Ieltsin. "Quantas vezes já não vimos resultados de eleição irem na direção contrária das pesquisas?", perguntou. O ex-presidente se recusou a dizer qual fatia do eleitorado espera conquistar no domingo. Gorbatchov voltou a se apresentar como "o candidato mais experiente para chefiar um governo de coalizão". Seus planos para o futuro poderiam incluir nova disputa presidencial ou o papel de mediador numa situação de crise. Texto Anterior: Após 30 anos, França volta a reunião de ministros Próximo Texto: Gorbatchov conta piada sobre si Índice |
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