São Paulo, sábado, 15 de junho de 1996
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Serra vai ao Brás e não contenta nem camelôs nem comerciantes

FÁBIO SANCHEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato a prefeito José Serra (PSDB) deixou insatisfeitos ontem comerciantes e camelôs que vivem em pé de guerra no bairro do Brás (zona central de São Paulo).
Convidado pela Associação dos Comerciantes do Brás, ele fez ontem à tarde um corpo-a-corpo pelas principais ruas do bairro.
Os comerciantes -cerca de 2.500 espalhados em 55 ruas- querem a diminuição do número de camelôs (há 3.500 no local), que vendem a preços mais baixos produtos similares aos das lojas.
Os ambulantes temem ser retirados e querem a manutenção do camelódromo (área reservada apenas aos ambulantes), que pode virar terminal de ônibus.
Serra foi abordado duas vezes pelo presidente da associação, Whebe Dawalibi, que disse querer ouvir "da boca" do candidato como resolver o conflito com os camelôs.
O candidato ainda não tinha uma proposta para a solução do problema e preferiu não fazer promessas. Disse que "é necessário encontrar uma organização espacial que inicie um acordo entre todos". Dawalibi não gostou da resposta: "Ele não disse que ia fazer nada. Não ficou nada fechado".
Serra ouviu de José Teixeira da Silva, presidente do Sindicato do Trabalhadores da Economia Informal, pedido para que visitasse o camelódromo e incrementasse o comércio ambulante.
O candidato citou para o líder dos camelôs o projeto do governo de criação de banco popular para financiar pequenos comerciantes e disse que vai "respeitar todo mundo que quer trabalhar". Silva disse que o candidato "não deixou bem claro se vai ajudar ou não".
O deputado estadual Walter Feldman, coordenador da campanha, prometeu marcar reunião com os camelôs. "Não vamos fugir de nenhum problema", disse.

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