São Paulo, sábado, 15 de junho de 1996
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HC agiu certo, afirma Hospital Montreal

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor-clínico do Hospital Montreal, José Laércio Soares, afirmou ontem que não houve precipitação da equipe médica do Hospital das Clínicas de São Paulo em liberar o bebê Bruno na quarta-feira, um dia depois da explosão no Osasco Plaza Shopping.
Bruno Santos Pereira da Silva, de 52 dias, se recupera na UTI neonatal do Hospital. Uma das últimas vítimas a ser resgatadas, foi retirado dos escombros por um bombeiro que ouviu seu choro.
A imagem do resgate, gravada pelos Bombeiros, foi retransmitida por todas as emissoras de TV.
Bruno havia voltado para casa na manhã de quarta-feira, depois de receber os primeiros socorros durante a noite, no HC. O bebê recebeu vários pontos no rosto e teve escoriações na cabeça, mas os médicos o liberaram pela manhã, sem receitar medicamentos.
Na madrugada seguinte, ele passou mal e foi levado ao hospital Montreal. Segundo Soares, cirurgião há 31 anos, Bruno foi observado no HC pelo tempo necessário.
"São situações que podem acontecer com qualquer paciente, disse Soares. O boletim médico do Hospital Montreal divulgado ontem às 18h indicava uma melhora progressiva de seu quadro clínico.
Cuidados
O exame de tomografia apresentou resultado normal. "Não é um paciente com risco iminente de vida, mas ainda inspira cuidados."
A mãe de Bruno, Vanda dos Santos, 27, morreu horas depois do acidente. Seu irmão, Tales Ramón dos Santos, 4, que teve fraturas na tíbia e no fêmur, saiu da UTI no início da noite de ontem.
Ontem, Bruno recebeu a visita do pai, Reginaldo Pereira da Silva, que entrou na UTI. Muito emocionado, não conteve as lágrimas.
Reginaldo também visitou Tales (filho de Vanda com outra pessoa), que o reconheceu. Segundo os médicos, ele está consciente. Deve ter alta na próxima semana.
Visita
Uma equipe do Hospital das Clínicas esteve ontem no Hospital Montreal e concluiu que o bebê Bruno Pereira Silva está tão bem quanto estava quando teve alta do HC, dois dias atrás.
"Não sabemos o que ocorreu com Bruno durante o tempo que ficou fora, mas o bebê que encontramos lá é o mesmo que saiu daqui", disse o superintendente do HC, Alberto Kanamura.
O superintendente não quis comentar os boletins do Hospital Montreal que, na quinta-feira, falavam em traumatismo craniano.
Segundo Kanamura, os médicos do HC estranharam as informações divulgadas pela imprensa, segundo as quais Bruno teve várias convulsões na quinta depois de internado pela família.
O boletim médico do Montreal nesse dia falava em politraumatismos e traumatismo craniano, e avaliava seu estado como grave. A suspeita recaiu sobre o HC, que teria se precipitado ao dar alta a Bruno na véspera.
Após avaliar o bebê ontem, o HC informou que sua conduta "estava perfeitamente correta". "Concluímos que não havia de fato motivos para manter o bebê internado", disse Kanamura.

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