São Paulo, sábado, 15 de junho de 1996
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Russos imitam disputa ocidental

JAIME SPITZCOVSKY
DO ENVIADO ESPECIAL

Pôsteres com fotos coloridas de Ieltsin poluindo as ruas do centro, pichações em favor de Ziuganov sujando paredes, propaganda na TV de Martin Shakkun, candidato que não atinge 1% nas pesquisas.
A segunda eleição presidencial da história russa ganhou uma campanha que torna a política local cada vez mais parecida com as disputas eleitorais do Ocidente.
No centro de Moscou, quiosques distribuíam CDs com músicas da campanha de Ieltsin. Ao lado do Tsum, uma das principais lojas de departamento, uma exposição de fotos da campanha de Ieltsin era ignorada pelos pedestres.
A campanha ieltsinista, melhor organizada e com mais recursos do que as dos rivais, conquistou maior visibilidade. Contou ainda com um jornal de distribuição gratuita, chamado "Ni Dai Bog" ("que Deus não permita"), destinado a transmitir mensagens alarmistas sobre a possível chegada dos neocomunistas ao poder.
Os neocomunistas faziam ontem a sua tradicional vigília no centro de Moscou. Vendiam literatura partidária, distribuíam panfletos com discursos de Ziuganov e buscavam pedestres interessados em escutar a ladainha antiieltsinista.
Os militantes neocomunistas também vendiam literatura anti-semita. Ofereciam por 5.000 rublos (US$ 1) um exemplar de "Os Protocolos dos Sábios do Sião", sobre um suposto complô judaico para dominar o mundo e, em especial, a Rússia, conforme acreditam os que apóiam Ziuganov.
(JS)

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