São Paulo, sábado, 15 de junho de 1996
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Eleição na Bahia; Terrorismo; Opinião corporativista; Vítimas do BB; Previsível; Falência política

Eleição na Bahia
"Acerca da eleição para o Senado na Bahia: a diferença entre a minha votação e a do candidato derrotado Waldir Pires foi, pelo ilustre jornalista Fernando Rodrigues, considerada normal.
Contudo apoda minha legítima vitória pelo fato de, em cerca de 1.410 urnas, ter obtido mais votos que o meu companheiro de chapa, o senador Antônio Carlos Magalhães.
Veja que inclusive o sr. Waldir Pires venceu ACM em 4.120 urnas.
Não está sendo realizada a recontagem requerida, uma vez que não está deferida pela Justiça Eleitoral. Entendeu o TSE que o Tribunal Regional da Bahia deveria mandar conferir os números apresentados pelos partidos da coligação do sr. Waldir Pires para, depois, decidir sobre o pedido.
Nesta fase descabe a designação de fiscais das partes, pois estas, após a conferência dos cálculos, deverão ter a oportunidade processual de adotá-la ou impugná-la.
Assim, o inusitado requerimento não passa de mais uma prática protelatória para que o processo não se conclua, o que tem sido a praxe do comportamento do sr. Waldir Pires."
Waldeck Ornelas, senador pelo PFL-BA (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Fernando Rodrigues - Tudo ficará esclarecido depois da recontagem dos votos.

Terrorismo
"Sobre a carta 'Saúde a granel' ('Painel do Leitor, 26/5): o mínimo que se espera de quem ocupa um cargo executivo, numa instituição que se diz defensora dos direitos do consumidor, é discernimento e preparo para ler e interpretar um texto, e até dele discordar, desde que com embasamento e de maneira inteligente.
Esse não é o caso da sra. Marilena Lazzarini, que tenho a certeza me ataca gratuitamente por puro revanchismo, pois estou processando o Idec e o Fórum de Ação Popular.
Ao contrário de órgãos sérios como o Procon, Decon e Sunab, o Idec não defende ninguém, coloca-se como dono da lei e pratica um terrorismo irresponsável ao publicar suas listas mentirosas.
Além do Idec, Lazzarini e seus pares fundaram um tal Fórum de Ação Popular, que com seu denuncismo inescrupuloso desserve à população, atingida por informações absolutamente inverídicas, de caráter sensacionalista, visando única e exclusivamente promoção pessoal."
Ayres da Cunha, deputado federal pelo PFL-SP (Brasília, DF)

Opinião corporativista
"A propósito da opinião corporativista do juiz Eugênio Augusto Clementi Júnior ('Painel do Leitor', 14/6), tem razão Clóvis Rossi quando disse que o juiz da comarca de Santa Cruz do Rio Pardo recusava-se a me conceder prisão domiciliar.
Para defender seu colega de Santa Cruz, Clementi cita o artigo 117 da lei 7.210/84, que dispõe sobre os casos de benefício de prisão domiciliar.
Ocorre que isso só é aplicável quando existe na cidade a Casa do Albergado, o que não é o caso de Santa Cruz do Rio Pardo.
Conforme certidão emitida pelo próprio fórum, todos os 21 presos albergados estavam em regime de prisão domiciliar quando o 22º foi preso por ordem do juiz Magdalena, aquele mesmo que há mais de um ano move ação particular indenizatória contra mim.
Além disso, certidão pública da delegacia de polícia comprova a inexistência de instalações para presos albergados.
Nesse caso, como bem deve saber o juiz de Americana, aplica-se a prisão domiciliar.
A sociedade não pode aceitar que a instituição Justiça, que respeitamos, seja usada para vingança pessoal.
É com atitudes de juízes como aquele de Pirapozinho ou este de Santa Cruz do Rio Pardo que cresce, a cada dia, a opinião de que é preciso, o quanto antes, uma ampla reforma no Judiciário e no Código Penal.
Pela liberdade de imprensa, sempre!"
Sérgio Fleury Moraes, jornalista (Santa Cruz do Rio Pardo, SP)

Vítimas do BB
"Parabenizo Clóvis Rossi pelo artigo 'Selvageria no BB' (13/6). Sou um dos 'outros 89' transferidos compulsoriamente pelo BB.
Parabenizo-o e, em nome das 90 mais recentes vítimas, agradeço por ter dado seu alerta, sua contribuição para que a verdade seja proclamada.
Lutaremos para provar que não somos apenas um número, uma máquina que se muda de lugar na hora em que bem se entende."
Joel Aparecido Dias da Costa (Itápolis, SP)
*
"O Banco do Brasil quer demitir minha mulher, Silvana Maria Holanda Cavalcanti Leite.
Demissão sem nenhuma clareza de critérios, sem que tenha havido qualquer processo administrativo.
O banco considera que há excesso de funcionários no local de trabalho -Cesec Maceió-, onde hoje existem 120 funcionários para 176 'estagiários'.
Em tempo: minha mulher acaba de sair da licença-maternidade a que fez jus depois de ter nascido nossa primeira filha.
Este é meu grito de indignação."
Manoel Góis Machado (Maceió, AL)

Previsível
"Sobre a tragédia em Osasco: mais uma vez falarão em fatalidade.
Omitir-se-ão falhas de segurança, erros de projeto e fiscalização, o capital a serviço do lucro e não das vidas que ali transitam.
A sociedade cada vez mais carente de empresários éticos e administradores que fiscalizem.
Luxo como artigo de venda, e a segurança como utopia."
José Eduardo Seraphim (São Paulo, SP)

Falência política
"Como cidadão Orlandino de nascimento e coração quero parabenizar a Folha pelo editorial 'Negação democrática' (13/6).
Apesar da tristeza que senti ao ver o nome da minha querida Orlândia servindo como exemplo pejorativo da situação político/partidária do nosso país, sou obrigado a concordar plenamente com o que foi publicado para não ver outros municípios ingressarem na falência política a que nos submeteram nossos 'políticos' locais."
José Lourenço Tritto (Orlândia, SP)

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