São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 1996 |
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Serviço 24 horas é investimento de risco
ROGÉRIO ORTEGA
No entanto, os serviços 24 horas -supermercados, bancas, lojas de conveniência e até shoppings-, embora tenham crescido e se multiplicado desde o início da década, ainda continuam sendo um investimento arriscado. Foi também o primeiro a ter uma unidade desse tipo, aberta em abril de 1969, na avenida Brigadeiro Luís Antônio, onde hoje é o hipermercado Extra (também do grupo). A experiência durou um ano e só foi retomada em 1985. Hoje, as lojas 24 horas do Pão de Açúcar situam-se em bairros de maior poder aquisitivo, como Alto de Pinheiros e Higienópolis. Recentemente, o grupo restringiu o horário da loja da rua Maria Antônia (região central de São Paulo). Segundo sua assessoria, a decisão deve-se ao pequeno movimento noturno do local. Tendência Para Firmino Rodrigues Alves, presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), outros supermercadistas não vêem vantagem em funcionar 24 horas. "Você tem risco e custo grandes. Essas lojas precisam funcionar em lugares de classe média e alta, de bom poder aquisitivo, em bairros tranquilos", considera. "Em bairros que não têm muita vida noturna, onde as pessoas vão dormir às 23h e acordam às 6h para trabalhar, não vale manter uma loja assim", acrescenta. O presidente da Apas, no entanto, acredita que esse mercado tende a crescer. "Mas no longo prazo. Até pela insegurança da situação financeira do país", diz. O Pão de Açúcar, segundo informou sua assessoria, pretende aumentar o número de lojas 24 horas. O grupo não revela o faturamento de suas unidades. Lojas de conveniência A 7 Eleven, no Brasil desde 90 -com suas 15 lojas na Grande São Paulo-, prepara-se para crescer por meio de franquias, diz o superintendente do grupo no Brasil, Luiz Carlos Paschoal, 41. A rede faturou US$ 17,5 milhões no ano passado e planeja aumentar esse montante para US$ 19,5 milhões neste ano. Segundo Paschoal, poder aquisitivo não é um fator preponderante na escolha do lugar que terá uma loja 7 Eleven. Pesam mais o movimento do bairro e a proximidade de outros centros comerciais, como shoppings. "A loja de conveniência é mais dirigida à classe média. Não existe apenas para o comércio noturno", afirma. Quanto aos preços, geralmente mais salgados, Paschoal argumenta que os da 7 Eleven se aproximam dos praticados nos supermercados. "Não são tão exorbitantes", avalia. Para ele, a proliferação dos serviços 24 horas não limita o campo das lojas de conveniência. "É boa, porque você cria um novo horário de funcionamento do mercado, tanto para quem trabalha como para os fornecedores." Texto Anterior: Cade deverá analisar caso da Metal Leve Próximo Texto: Shopping noturno não emplaca Índice |
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