São Paulo, quarta-feira, 19 de junho de 1996
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Projeção da ONU mostra queda do crescimento da população

Investimentos devem seguir novo perfil demográfico

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Projeções da ONU e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre o perfil demográfico do Brasil no próximo século vão obrigar o país a repensar o mercado de trabalho e os investimentos em educação e saúde.
O Brasil terá, no ano 2000, 169,1 milhões de habitantes, dos quais 21% serão pobres (35 milhões). A PEA (População Economicamente Ativa) chegará a 110 milhões, e o PIB (Produto Interno Bruto) deverá crescer à taxa de 6,4% ao ano.
O país terá quase 50 milhões de jovens e cerca de 12 milhões de idosos. A taxa de crescimento da população cairá de 1,9% na década de 90 para 1,6% a partir do ano 2000. Todas essas previsões estão no "Relatório sobre Desenvolvimento Humano no Brasil", de 1996, divulgado na segunda-feira pelas Nações Unidas e pelo Ipea.
Os dados que possibilitam a projeção foram extraídos do Censo de 91, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Educação
A população em idade escolar está crescendo em ritmo cada vez menor, diminuindo a necessidade de expansão do número de escolas. Na década de 70, o número de vagas nas escolas precisava crescer 3% ao ano. Em 2000, esse ritmo poderá ser reduzido a 1,6%.
Com a redução da demanda por novas escolas, a verba destinada à educação (cerca de 3,7% do PIB) poderá ser usada para melhorar a qualidade do ensino.
O novo perfil demográfico também trará mudanças na política de empregos. A PEA (que vinha crescendo 2,4% ao ano na década de 90) aumentará mais lentamente. Isso diminuirá a pressão sobre o mercado de trabalho, que poderá implicar aumento dos salários.

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