São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
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FHC critica protesto; ministro diz que centrais vão fracassar

Paulo Paiva desiste de fazer pronunciamento em rede de TV

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso fez ontem uma crítica indireta à greve geral que está sendo organizada pelas centrais sindicais para amanhã.
"Não é com greve que se resolve a criação de postos de trabalho. É com trabalho. É o que nós estamos fazendo: criando postos de trabalho. E isso vai continuar, espero."
Segundo FHC, os dados econômicos que "sempre foram mais preocupantes" se referem ao emprego, mas eles "começam a mostrar sinais de alteração positiva".
Ele não citou a greve ou as centrais envolvidas. As declarações foram dadas no lançamento do plano de incentivo às exportações.
Exército de sobreaviso O governo definiu que as Forças Armadas ficarão amanhã de sobreaviso -um número mínimo de homens será mantido em condições de agir, se necessário.
O ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil) disse que a greve fracassará "porque não tem fundamento". Para ele, "não é parando o país que vamos jogá-lo para frente". Carvalho disse ainda que, se os sindicalistas examinassem os números do emprego, "veriam que não há porque tomar medidas de desespero e revolta".
Paiva
O ministro do Trabalho, Paulo Paiva (PTB), disse que não cogita fazer comunicado em rede nacional de TV sobre a greve.
"Não vejo razão para isso", disse Paiva, para quem "não há razão nenhuma para essa greve". Segundo ele, "uma greve geral só acontece quando há uma grave crise institucional ou uma grande crise econômica. Não é o nosso caso."
Senado
Uma estratégia do governo impediu ontem que as centrais discutissem o desemprego no Senado e fizessem publicidade da greve.
Convidados para falar sobre os problemas do mercado de trabalho no Brasil, os representantes dos trabalhadores chegaram às 10h no plenário da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Às 11h10, o presidente interino da comissão, senador Francelino Pereira (PFL-MG), se negou a abrir a sessão por falta de quórum.
A Folha apurou que o líder do governo no Senado, senador Elcio Alvares (PFL-ES), orientou os parlamentares a não comparecer.

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