São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996 |
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BC mostra descontrole nas contas do governo
CARI RODRIGUES
É o maior número registrado desde janeiro de 1994 e corresponde a um aumento de 9,64% em apenas um mês. Esses dados foram divulgados ontem pelo Banco Central. Os números mostram que as contas da União, Estados, municípios e estatais continuam em forte desequilíbrio. Maior rombo O déficit público (quando as despesas são maiores do que as receitas) aumentou de R$ 8,247 bilhões em março para R$ 13,875 bilhões em abril. O resultado corresponde ao maior rombo nas contas públicas registrado neste ano. Em termos percentuais, o rombo cresceu 68,24% de março para abril, no conceito nominal -que inclui na conta juros e correção monetária. A causa do descontrole nas contas da União em abril foi o repasse, aos Estados e municípios, dos recursos dos fundos constitucionais de participação na receita, segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. O governo federal e o Banco Central foram os que contabilizaram aumento maior no déficit de suas contas -de R$ 2,166 bilhões em março para R$ 5,546 bilhões em abril. Os Estados e municípios aumentaram o rombo em suas contas de R$ 6,070 bilhões em março para R$ 7,603 bilhões em abril. Estatais As empresas estatais se endividaram mais em abril, revertendo uma expectativa positiva do governo. Em março, o rombo nas contas dessas empresas era de R$ 11 milhões, subindo para R$ 726 milhões em abril. Esse é o segundo maior déficit nas empresas estatais em 1996. O primeiro foi em janeiro -R$ 821 milhões. Títulos O governo federal aumentou sua dívida mobiliária para manter sob controle o volume de dinheiro que circula na economia. Nesse mecanismo, títulos públicos são emitidos para recolher o excesso de moeda no mercado. Contribuíram para o lançamento de títulos os R$ 6,4 bilhões emitidos pelo Tesouro Nacional para capitalizar o Banco do Brasil, a assistência financeira e o enxugamento do capital externo que entrou no país. No caso do Banco do Brasil, o governo previa um plano de capitalização do banco com recursos privados, que não foi bem sucedido. As operações com títulos públicos federais chegaram a R$ 10,274 bilhões, maior total registrado desde julho de 1995. Na época, a compra de títulos chegou a R$ 9,728 bilhões -principalmente para tirar do mercado R$ 7,017 bilhões. Texto Anterior: Cachimbo da paz; Corpo mole; Preocupação verde; Pirraça oficial; Primeira voz; Segunda voz; Clima cordial; Lição de casa; Chegando ao limite; Esporte ministerial; Haja otimismo; Só para mulheres; Anemia eleitoral; Visita à Folha Próximo Texto: Em maio, auxílio a bancos consumiu R$ 6,135 bi Índice |
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