São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Peritos ignoram motivos para alteração do projeto

DA REPORTAGEM LOCAL

Os peritos do IC (Instituto de Criminalística) ainda não sabem por que o projeto original do Osasco Plaza Shopping foi alterado. As plantas originais foram encontradas nas empresas responsáveis pela obra e no shopping.
"As modificações não são irregulares ou clandestinas, mas o projeto original impediria o acúmulo de gás no subsolo, onde ocorreu a explosão", afirmou o perito criminal Osvaldo Negrini Neto, do IC de São Paulo.
A perícia no local da explosão já está "quase concluída", segundo o diretor do IC de Osasco, Ronaldo Egídio dos Santos.
Segundo ele, o material recolhido no shopping já está nos laboratórios do IC de São Paulo.
Os canos da tubulação do Osasco Plaza são de aço carbono, têm seis metros e são unidos por meio de roscas e de soldas. A tubulação é envolvida por material vedante.
Também serão necessárias reformas nas redes hidráulica e elétrica do Osasco Plaza antes de o shopping ser reaberto ao público.
Indenização
Os juízes do trabalho José Lúcio Munhoz, Orlando Apuene Bertão e Roberto Barros da Silva entraram ontem, no Fórum de Osasco, com uma ação de indenização por danos morais contra o shopping.
Foi a primeira ação nesse sentido recebida pela Justiça.
Os três almoçavam na praça de alimentação no momento da explosão, mas não se feriram. No entanto, alegam que ficaram abalados psicologicamente, sem conseguir comer, dormir e trabalhar.
Os juízes pedem, juntos, R$ 15 mil de indenização. "O valor é simbólico. Caso o pedido seja julgado procedente, o dinheiro será doado a instituições de caridade da cidade", afirmou Erval de Oliveira Júnior, advogado dos juízes.
Segundo ele, a intenção da ação é incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo.
Cadastro
O Ministério Público começa hoje a cadastrar as vítimas da explosão. Os familiares dos mortos e os feridos devem ir ao Fórum de Osasco com documentos e com o exame de corpo de delito.
O cadastro servirá para o pedido de indenização que está sendo preparado pela promotoria por meio de um inquérito civil baseado no Código de Defesa do Consumidor.

Texto Anterior: Rio registra queda no índice de crimes
Próximo Texto: Deputado quer investigar caso
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.