São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996 |
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Dívida no cartão pode ser 100% rolada
LUIZ ANTONIO CINTRA
Desde novembro de 95, o usuário de cartão era obrigado a pagar no mínimo 50% do saldo na data do vencimento. Agora, o limite mínimo para pagamento será estabelecido pelas administradoras individualmente. A maioria deve exigir o pagamento mínimo de 20% da fatura no vencimento, diz Nilton Volpi, presidente da Abecs, associação que reúne as empresas do setor. Volpi considerou a decisão do BC "bastante importante". Ele estima em 15 milhões o número de usuários de cartão de crédito no Brasil. A medida faz parte da estratégia do governo de aquecimento gradual da economia. Dívidas já contraídas e não quitadas também poderão ser renegociadas, de acordo com as novas regras anunciadas ontem pelo BC. Segundo o chefe do departamento de normas do sistema financeiro do BC, Sérgio Darcy, a tendência é de as administradores continuarem exigindo o pagamento de uma parte da dívida. Darcy também acredita que esse percentual deve ficar próximo de 20%. Para ele, a liberação da rolagem integral é parte do "processo de distensão do crédito". Administradoras A Credicard já definiu o pagamento mínimo de 20% das faturas na data do vencimento. Mas o cliente que for usar o crédito rotativo deve tomar cuidado: a taxa de juros cobrada hoje está próxima dos 10% ao mês. Para o presidente da Credicard, José Francisco Canepa, a ampliação do crédito rotativo vai permitir ao cliente "pôr em ordem seu fluxo de caixa". "Mas é importante também que ele pague mensalmente parte da sua dívida, pois sobre ela incidem os juros", diz Canepa. Para ele, os juros cobrados pelas administradoras só cairão quando a inadimplência voltar ao nível histórico de 1,5% -hoje ela está em 2,5% na Credicard. Isso deve ocorrer até o fim do ano, diz o presidente da administradora, quando os juros cobrados devem recuar para os 8% ao mês. A Bradesco Visa vai definir hoje qual será o mínimo que deverá ser pago por seus clientes. Leasing As empresas de leasing (aluguel com opção de compra no final do contrato) poderão captar recursos junto aos bancos para renegociação de dívidas com prazo mínimo de um dia. Anteriormente, o prazo desses empréstimos era de 30 dias. A mudança foi permitida pelo BC para motivar a renegociação das dívidas sem o descasamento de prazos. Dívida agrícola O BC estipulou também que o alongamento de dívidas rurais em até sete anos pode ser feito sem a necessidade de exame sobre a capacidade de pagamento do devedor. Acima desse prazo, o exame se torna obrigatório. Colaborou Luiz Antonio Cintra, da Reportagem Local Próximo Texto: Corte apurado; Índice previsto; Em consórcio; Dois extremos; Dinheiro parado; Classe única; Primeiro confronto; Efeito da inflação; Base integrada; Contrato de risco; Troca de cadeiras; Revoada carioca; Outros rótulos; A posteriori; Intramuros; Aposta na telefonia; Em três atos Índice |
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