São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brunoro vê amadorismo

DA REPORTAGEM LOCAL

O amadorismo dos dirigentes é o principal fator inibidor de investimentos no futebol. É o que diz José Carlos Brunoro, diretor de Esportes da Parmalat.
Ele critica os ataques a sua empresa por outros clubes, que sugerem o chamado "esquema Parmalat" para favorecer o Palmeiras.
Para Brunoro, isso só desestimula empresas a investirem em clubes. "Ninguém quer ver sua empresa associada à corrupção."
*
Folha - Você concorda com as críticas das empresas ao futebol brasileiro?
Brunoro - Sim. O fator inibidor mais importante é a conduta dos dirigentes esportivos. Quando o Palmeiras ganha, por exemplo, vários dirigentes alegam que houve esquema.
A Parmalat não vai deixar o marketing esportivo por causa disso, mas essas acusações irresponsáveis afastam outras empresas que poderiam patrocinar clubes no futuro. Agindo assim, os dirigentes estão dando um tiro no próprio pé.
Folha - Você sabe de casos de dirigentes que pediram comissão para empresas?
Brunoro - Vários. Não posso citar nomes, mas isso é comum. Como é comum em venda de jogadores.
Folha - Como acabar com esse amadorismo?
Brunoro - A tendência é a profissionalização. Mas os dirigentes hoje temem perder espaço para profissionais. Espaço na mídia, no clube e para seus negócios financeiros pessoais.
Folha - A Parmalat teve problemas com rejeição de produtos por torcedores?
Brunoro - Não. Tínhamos medo da rejeição quando entramos, mas constatamos que só existe numa parcela muito pequena de torcedores fanáticos.

Texto Anterior: Empresas no futebol
Próximo Texto: Destaques da Copa deixam a Euro-96
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.