São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
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Juvenis mineiras já são 'promessas'

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas jogadoras da seleção brasileira feminina juvenil já são vistas como futuras integrantes da equipe principal.
Orientadas pelo técnico Wadson Lima, da seleção brasileira juvenil, Walewska Moreira de Oliveira e Érika Coimbra, ambas com 16 anos, estão sendo treinadas para defenderem, no futuro, a seleção adulta.
"Ainda falta muito trabalho, mas elas prometem", diz o técnico Wadson Lima, que comandou o time adulto antes de Bernardo Rezende, o Bernardinho, assumir o cargo em 1994.
Nascidas em Belo Horizonte (MG), Walewska e Érika ajudaram o time juvenil a chegar à final do Sul-Americano da categoria, no Uruguai, em partida disputada contra a Argentina, em abril deste ano.
Susto
Érika saiu com a medalha de prata. Mas, em compensação, ficou com o prêmio de melhor atacante do campeonato.
"Não esperava que acontecesse isso porque não tinha confiança de que poderia ganhar. Na hora que anunciaram meu nome, levei um susto. Nunca havia passado por uma experiência como essa. Isso me fez acreditar que posso ganhar vários outros troféus", diz a atacante.
Fã da cubana Mireya Luis, considerada a melhor atacante da atualidade, Érika, com 1,79 m e 63 kg, recebe R$ 600,00 para defender o time do Mackenzie Esporte Clube, na capital mineira.
Sem muito apego aos livros, busca o diploma do primeiro grau em um curso supletivo.
"O vôlei já entrou na minha vida. Antes, achava que não seria uma boa jogadora. Agora, peguei confiança", admite Érika.
Desinibida e extrovertida, Érika é o oposto da meio-de-rede Walewska, 1,89 m e 74 kg.
Calada, a jogadora, que foi convocada com Érika, em maio, para treinar com a seleção mineira juvenil, diz que fica "um pouco chateada" por não poder ir às festas com suas amigas.
"Todas reclamam que não saio mais com elas. Mas optei pelo vôlei e sigo as regras. Tudo tem um preço", afirma Walewska.
Treinando em média seis horas por semana, em dois períodos, as duas jogadoras acreditam no potencial da seleção em conquistar uma medalha em Atlanta.
Ambas são unânimes ao elegerem Ana Moser como a melhor atleta da seleção.
"Só a batalha que ela trava para poder jogar já serve de exemplo para nós", diz Walewska. "Um dia, quero ser como ela", admite a meio-de-rede.
(SK)

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