São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
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A justa oportunidade dada ao garoto Marques

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, como lembrou ontem o Helena, corretíssima a oportunidade que o velho Lobo do fut Zagallo dá ao Marques.
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Arrigo Sacchi foi um dos meus ídolos no futebol. O Milan que montou era uma das sete maravilhas do fut.
Mais do que isso: seus conceitos ("zona pressing", paranóia da vitória etc.) fizeram a reengenharia do futebol moderno.
No ano passado, encontrei-o em um elevador de um hotel em Milão e ele, gentilmente, falou aos leitores da Folha.
Desconfio que não haja ninguém que tenha usado tantos jogadores em seu período como técnico de uma seleção, como na gestão Sacchi.
Eu dizia que ele era um técnico permanente em uma seleção em permanente transição.
Depois de ser eliminado pela Alemanha, deverá se transforma em um técnico em transição. De emprego.
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Nos tempos dos navegadores, as embarcações inglesas e holandesas disputavam os mares.
Na terça, não teve graça: a esquadra inglesa humilhou a holandesa -que, mais uma vez, sucumbe às suas desavenças internas.
(É incrível que, tendo um time estruturado como o Ajax como base, o desempenho da Holanda tenha sido tão medíocre. Aos homens que dirigem o futebol holandês resta uma boa alternativa: convidar Cruyff para começar a preparar o time para a Copa de 98).
Os ingleses proporcionaram uma agradabilíssima surpresa: futebol rápido, de muita deslocação e conjunto.
Com um novo elemento: jogadores de habilidade.
Depois da "quarentena" internacional que sofreram e da abertura dos campos aos jogadores das nações amigas, o futebol inglês progride.
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Portugal, até agora, confirma as minhas expectativas. A Espanha não, porque o conservadorismo do técnico deixa os miguelitos de fora.
A França, emergindo de uma série invicta, também cumpre bem o seu papel, até agora. (Atenção ao aviso do Sir Lancellotti: dos países em competição, a França foi o que mais exportou jogadores. Em parte, porque os salários fora devem ser melhores. Em parte, porque o futebol lá deve estar novamente em ascensão. Senão, ninguém compraria ninguém).
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Quando escrevi esta coluna, ontem, não sabia ainda o nome do vencedor, no campo, da Copa do Brasil.
Fora dele, havia um vencedor antecipado. O SBT, que acreditou e investiu no torneio, que se tornou a supervia de acesso à Libertadores.
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Se tem alguém que deve odiar um pênalti, é o Sacchi.
Depois de ter perdido a Copa pelos erros nas cobranças de Baresi e Baggio, ontem foi a vez de Zola contribuir para a eliminação da Itália, ao perder um precioso pênalti.
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Santos e Real Madrid, hoje, na despedida do Don Giovanni. Dois times que têm guardado na memória a glória de terem sido o melhor do mundo.
Peixeiros e merengues até hoje discutem quem foi o melhor de todos os tempos.
Tradição de bom futebol não faltará na Vila.

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