São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
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O surfe merece

CARLOS SARLI

Na contramão do que andou se discutindo, a maior revista em circulação do país deu destaque, nesta semana, ao desempenho que os atletas e a indústria do surfe vêm tendo no país. "É um esporte milionário, de números impressionantes."
Ponto para a "Veja" que, baseada na pesquisa promovida pela MPM, aponta o surfe como o quarto esporte na preferência nacional, atrás apenas do futebol, automobilismo e vôlei.
Mas, como geralmente acontece quando um grande veículo se propõe a falar do assunto, os deslizes são frequentes no texto assinado por Beatriz Brisola.
Há erros pequenos como incluir Fernando de Noronha como praia adequada para o inverno ou dizer que a parafina ajuda a deslizar sobre a água.
Há outros mais sérios, como a exagerada premiação de US$ 550 mil do Internacional do Rio, quando o valor correto não chega a um quarto disso, ou atribuir o título mundial de bodyboard a Stephanie Pettersen, quando a campeã foi a paulista Cláudia Ferrari.
No final do texto, a afirmação de que o surfe entrará como esporte de exibição nos Jogos de Sydney foi o que mais me chamou a atenção. Os esportes que irão estrear no ano 2000 ainda não estão definidos e os escolhidos estarão disputando medalhas, não apenas se exibindo.
Sobre isso: a filha do Luiz de Freitas, dono da Company, empresa que há muito apóia o surfe, é amiga da neta do João Havelange. Bastou um encontro entre papai e vovô e agora o surfe conta com forte aliado.
Havelange, contemporâneo de piscina de Duke Kahanamoku -maior divulgador do surfe no mundo-, está em campanha. Já escreveu uma carta para Samaranch, presidente do COI, e o assunto foi pauta na recente reunião entre os dois na Suíça.
No país do fisiologismo, é estimulante ver o uso da influência de uma celebridade mundial a favor de algo saudável, justo e honesto. O surfe merece.

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