São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
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São Paulo traz de volta artistas de NY

CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

Daniel Feingold e Malvina Sammarone são artistas plásticos e essa é apenas a primeira coincidência entre eles. Os dois se formaram em arquitetura, mas não seguiram carreira. Também estudaram em NY e discutem questões como suporte e desmaterialização. Para completar, ambos estão abrindo mostras esta semana na cidade.
Daniel Feingold está apresentando desenhos e fotografias na Raquel Arnaud (r. Arthur de Azevedo, 401, Pinheiros, tel. 883-6322) e pinturas na Marília Razuk (r. Jerônimo da Veiga, 62, Itaim, tel. 881-9853). Malvina Sammarone faz hoje, às 18h30, o vernissage de suas pinturas no Espaço Cultural do Banco Central (av. Paulista, 1.804, tel. 252-1916).
Antes de virar artista, Feingold, carioca que é, pegava ondas. Também desenhou pranchas de surfe e chegou a ter uma fábrica delas. Também tentou arquitetura, matemática, biologia e teatro.
A opção definitiva pelas artes veio em 1991, depois de ganhar dois prêmios importantes, no Salão Carioca e no Salão Nacional de Museu de Belas Artes, e de vencer uma bolsa em Nova York.
As mostras em São Paulo funcionam como uma retrospectiva do trabalho e das pesquisas desenvolvidas em Nova York. "Também vai ter um rabinho daquilo que eu produzi antes no Brasil", disse.
São pinturas sobre rayon (uma tecido muito fino) e desenhos em papel japonês, além de uma série de fotografias ampliadas em papel de gravura.
São trabalhos que pouco se deixam ver. Suas pinturas escondem linhas de um desenho e os desenhos são feitos sob e sobre camadas de cera. Mesmo as poucas formas não se mostram, mas se insinuam, e as linhas se movimentam em um compasso orgânico. "Não quero ser expressivo. Quero trabalhar com o etéreo e com o desaparecimento das coisas", disse.
Malvina Sammarone trabalha com pedaços de lona costurados uns aos outros e presos depois em barras de ferro. "Trabalho com a lona solta pois sinto mais liberdade. Sobre a costura nas telas, foi algo inconsciente, que se tornou quase obsessivo, talvez ligado ao universo feminino" disse.
(CF)

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