São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 1996
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Informação errônea; Listas telefônicas; Projeto modelo; Pessimismo crônico; Trabalho árduo; Ridículo

Informação errônea
"Ao publicar, em 7 de junho, a carta que dirigi à Folha em data de 3 de junho, o jornal, em Nota da Redação, insistiu na informação de que 'o empresário foi processado na Justiça dos Estados Unidos e não pode entrar naquele país sob ameaça de prisão'.
Não é verdade. Anexo o 'affidavit' do advogado James Zirin que registra que nunca fui processado nos EUA e nem sofri qualquer restrição de viagem àquele país, para onde sempre viajei e continuo viajando com total liberdade.
Quanto ao inquérito sobre operações do Banco Sogeral, este realmente existiu, mas nada se provou contra mim.
Finalmente, a liquidação da CIS (Companhia Internacional de Seguros) foi uma violência do governo que me atingiu e, em paralelo, atingiu os segurados da empresa.
O caixa e patrimônio imobiliário da CIS são altamente positivos e é justamente para pagar os segurados que estou pleiteando o fim da inexplicável liquidação.
Sei que a Folha possui um bom arquivo. Mas isso não a torna imune à catalogação de dados imprecisos ou até mesmo errôneos, como é o caso."
Naji Robert Nahas, empresário (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Naji Nahas foi processado nos Estados Unidos. A ação civil foi apresentada pela CFTC (Commodity Futures Trading Commission), que zela pelo mercado futuro no país. O processo teve origem na "crise da prata", provocada pelo investidor no final dos anos 70. Nahas não chegou a ser julgado. Ele não se apresentou para depor e, em setembro de 1986, fez um acordo pelo qual pagou multa de US$ 250 mil. Foi também impedido de operar no mercado norte-americano de commodities por cinco anos. Quanto à proibição de entrar nos Estados Unidos, James Zirin, seu advogado em Nova York, diz que ela nunca existiu.

Listas telefônicas
"A propósito da reportagem 'TCU investiga edição de listas telefônicas' (17/6), a Listel gostaria de esclarecer que a edição de listas é prestação do serviço público, integrante da concessão de serviço público de telefonia.
Faz-se por contrato de parceria e é regulada por lei, decretos e portarias específicos, não se lhe aplicando, assim, a lei geral de licitações de compras e serviços para órgãos públicos.
A Listel vê com tranquilidade e considera proveitosa a análise a que o TCU procede sobre os contratos que mantém com as concessionárias, pois deverá resultar demonstrada a plena legitimidade de tais contratos.
Contudo, a atual lei de listas está superada no tempo, o que tem causado frequentes mudanças em sua regulamentação, pelo que se espera a revisão da citada lei ao ensejo da liberalização do setor de telecomunicações."
Flávio Rauter, diretor da Listel Listas Telefônicas S/A (Brasília, DF)

Projeto modelo
"Erminia Maricato ofende a inteligência dos leitores ao afirmar ('Painel do Leitor', 19/6) que a verticalização de favelas foi 'iniciada' no governo passado. Só não diz em que favela isso foi feito, pela simples razão de que o PT jamais urbanizou favela alguma.
A política do PT foi a de criar mais favelas e estimular a permanência de favelados em áreas de risco, cultivando currais eleitorais ainda que à custa de tragédias como a de Heliópolis.
O único saldo conhecido do PT na área foram os mortos da favela Nova República, soterrados pela incompetência e pelo oportunismo político.
O projeto Cingapura do prefeito Paulo Maluf não apenas restitui dignidade aos favelados de São Paulo, mas já é modelo para a política habitacional de cidades como Recife e Estados como o Rio de Janeiro."
Antonio Lajarin, chefe de gabinete da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Município de São Paulo (São Paulo, SP)

Pessimismo crônico
"Vi no 'Bom Dia Brasil', da TV Globo, comentário pertinente sobre a Folha e o seu pessimismo crônico.
Não houve melhora da linha editorial com as reformas técnicas. A síndrome do negativismo continua.
Tal conduta deprime, irrita e acabará prejudicando o jornal. É um atentado diário contra a auto-estima dos brasileiros.
Temos certeza de que alguma coisa positiva acontece diariamente neste imenso país. Só que a Folha não publica."
José Rodrigues Neto (Ubiratã, PR)
*
"Vi o 'Bom Dia Brasil' de 19/6 e achei estranho que a Globo criticasse a maneira como a Folha trabalhou o relatório publicado pela ONU sobre o Brasil.
Eles devem fazer o exercício de jornalismo segundo o que consideram adequado e devem permitir o livre exercício de expressão dos demais.
O cidadão brasileiro espera por isso. A liberdade de opinião é direito constitucional.
Não temos todos que ser otimistas, não. Quando a gente é pessimista é porque quer que as coisas melhorem mais."
Renato Feliciano Dias (Rio de Janeiro, RJ)

Trabalho árduo
"Que tal constituir um segundo ministro da Saúde para trabalhar e deixar esse continuar esperneando pela CPMF?
O que falta é trabalho árduo, sério e decidido.
Maria Cecília Centurion (São Paulo, SP)
Ridículo
"Chega a ser ridículo o Incra, que durante tantos anos serviu apenas para enriquecer os com ele envolvidos, chamar o Exército para proteger as suas sedes daqueles que se constituem em nossos profundos problemas sociais."
Flavio Cavaleiro (Piratininga, SP)

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