São Paulo, domingo, 23 de junho de 1996
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Depressão ataca mais assaltados

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

As pessoas que são assaltadas têm 40% mais chances de terem doenças como depressão ou ansiedade no ano seguinte ao crime.
A conclusão é de uma pesquisa do psiquiatra Maurício Silva de Lima, 36, que ouviu 1.277 pessoas na cidade de Pelotas (RS), de 300 mil habitantes.
No grupo dos que não foram assaltados, 22% apresentaram depressão, ansiedade ou somatização -quando o paciente, por razões psicológicas, apresenta sinais de doenças sem tê-las de fato.
Entre os assaltados até 12 meses antes da entrevista, esse percentual subiu para 31%.
O levantamento também constatou que o impacto emocional do assalto é maior que mudar de cidade ou sofrer acidente que necessite de intervenção médica.
"Ficou claro que é um importante fator de risco para a depressão e a ansiedade", afirma Lima.
A pesquisa, que fez parte de tese apresentada na quinta-feira à Escola Paulista de Medicina, em São Paulo, coincide com o levantamento do Datafolha no que se refere ao perfil das vítimas de assalto.
A incidência do crime foi maior entre os mais ricos -perto de 10% no grupo com renda individual (familiar dividida pelo número de integrantes) acima de R$ 313.
Entre os mais pobres, com até R$ 90 de renda individual, 6% haviam sido assaltados no período.
(RSc)

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