São Paulo, domingo, 23 de junho de 1996
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SFH financia até R$ 90 mil

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

Financiamentos habitacionais pelo SFH, em que os juros são limitados a 12% ao ano, mais índice de atualização da poupança (TR), estão restritos hoje a imóveis novos. O banco financia a construção e, uma vez pronto o edifício, o financiamento é repassado ao mutuário final.
Pelo SFH financiam-se até R$ 90 mil, para imóveis avaliados em até R$ 180 mil. Um empréstimo nesse valor, por oito anos, tem prestação inicial de R$ 1.432,60, mas chega a R$ 1.618,84 porque o seguro (danos físicos ao imóvel e morte ou invalidez permanente do mutuário) ainda é tabelado e encarece a prestação em cerca de 13% ou mais.
Com prazo de 15 anos, este mesmo financiamento teria prestação inicial de R$ 1.180,74, incluído o seguro estimado em mais 13%.
No sistema PCR (Plano de Comprometimento da Renda), os bancos exigem que a prestação inicial seja equivalente entre 20% e 25% da renda do mutuário justamente para evitar que o limite de 30% seja logo estourado. As prestações sobem mês a mês pela TR, e os salários, uma vez por ano.
Atualmente, imóveis usados só são financiados desta forma em poucos bancos, como Boston, Citibank e Itaú. No Bradesco as operações estão suspensas.
Roberto Capuano, presidente do Creci-SP, vê na falta de crédito à compra de imóveis usados um dos grandes problemas no setor.
Há um crença, inclusive dentro do governo, que o objetivo central é criar emprego, e isso se faz financiando imóvel novo. Capuano discorda. Crédito a imóvel usado faz o mercado girar, diz ele, com o que concorda, por exemplo, Fábio Nogueira, do Boston.
Há também, no mercado, a opção da carteira hipotecária, mas os juros são mais altos, entre 14% e 22% ao ano.
O Boston, com atuação mais agressiva no setor, prepara novos produtos nessa área, fora do SFH, por meio de companhia hipotecária. Pretende financiar apartamentos, lojas comerciais, escritórios, consultórios e terrenos.
(GJC)

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