São Paulo, domingo, 23 de junho de 1996
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Minas decide criar banco cooperativo

Instituição semelhante já opera no RS

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O presidente da Cooperativa Central de Crédito Rural de Minas Gerais (Crediminas), Raimundo Mariano do Valle, anunciou na última sexta-feira que será criado, até o final do ano, o segundo banco cooperativo do país.
O novo banco, batizado de Banco Interestadual Cooperativo (BIC), terá um capital inicial de R$ 20 milhões. Segundo Valle, já existe um banco cooperativo funcionando no Rio Grande do Sul.
Os acionistas serão as cooperativas urbanas e rurais de crédito de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina e Goiás.
Valle disse que as cooperativas já atuam fazendo empréstimos e recebendo depósitos à vista e a prazo, mas só podem trabalhar com associados, enquanto o novo banco poderá buscar clientes no mercado.
"Pela nossa filosofia, a procura será por pequenos e médios empresários, embora não haja preconceito contra os grandes clientes", afirmou.
Os acionistas do banco cooperativo, no entanto, são limitados às cooperativas urbanas ou rurais de crédito.
Segundo Raimundo do Valle, a declaração de propósito dos acionistas deverá ser entregue ao Banco Central até o final de julho. Ainda este ano, o BC deve analisar o projeto do BIC para aprovar sua instalação.
Inicialmente, o BIC terá 19 agências no Sudeste e em Santa Catarina, sendo que sete delas serão instaladas em Minas Gerais.
Safra
Na última sexta-feira, no Palácio do Planalto, numa reunião entre os ministros Arlindo Porto (Agricultura), Raimundo Brito (Minas e Energia) e Clóvis Carvalho (Casa Civil) e o secretário-executivo da Fazenda, Pedro Parente, foi discutido o pacote agrícola.
Segundo o Ministério da Agricultura, os financiamentos para as culturas de arroz, feijão, milho e soja seguirão um zoneamento que será feito pelo governo.
No próximo dia 28 o plano de financiamento para a safra 96/97 deverá estar concluído. A intenção é liberar R$ 3,8 bilhões em recursos, cerca de 40% a mais do que os R$ 2,7 bilhões direcionados à safra anterior.
As fontes de custeio devem ser as tradicionais -financiamentos do Banco do Brasil subsidiados com recursos do Tesouro Nacional-, mas o governo quer buscar também recursos externos para emprestar aos agricultores quem produzem para exportação.

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