São Paulo, domingo, 23 de junho de 1996 |
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Domingo é dia de Jovem Guarda
PAULO VIEIRA
É esse o elenco que está hoje no palco flutuante do Sesc Interlagos, como atração da semana do programa "Bem Brasil", da TV Cultura. Sucessos dos anos 60 voltam com os seus intérpretes originais. Bobby Di Carlo leva "Tijolinho"; Ronnie Von, a melosa "Meu Bem" (além de "Help" e "I Wanna Hold Your Hand", dos Beatles). Wanderléa está em "Ternura" e "Pare o Casamento". Os Golden Boys lembram "Alguém na Multidão". Os Incríveis cantam "Era um Garoto que como Eu Amava os Beatles e os Rolling Stones". O show foi dirigido no Tom Brasil por Solano Ribeiro, veterano diretor de musicais da Record. Ele também escreveu a letra de uma medíocre canção que fecha o espetáculo e tenta justificar a volta da jovem guarda 30 anos após seu surgimento. A efeméride, celebrada ano passado com o lançamento de três CDs pela Polygram, dez pela Sony Music e a produção de um "Globo Repórter", vem se estendendo. "Acabou a fase das homenagens. Agora virou comércio", reconhece Eduardo Araújo, autor de "O Bom" e um dos mentores intelectuais da ressureição do movimento. Os shows do Tom Brasil foram gravados e originaram um outro CD, com uma faixa multimídia, lançado este mês pela Paradoxx. "Saímos com 200 mil cópias vendidas", afirma Araújo. Em nenhum momento, a volta da jovem guarda envolveu a principal figura do movimento, Roberto Carlos. Apresentador junto com Wanderléa e Erasmo Carlos do programa "Jovem Guarda", que era exibido aos domingos nos anos 60 pela TV Record, o Rei fez este ano uma única aparição num ambiente "jg": compareceu ao aniversário de 50 anos de Wanderléa, festejado há 18 dias no The Gallery. Erasmo Carlos, outro dos apresentadores originais, limitou sua participação à regravação de algumas faixas na compilação lançada ano passado pela Polygram. Cariocas Muitos artistas, contudo, embarcaram na onda. Jerry Adriani, Vanusa e Wanderley Cardoso, por exemplo, montaram um grupo "carioca" de jovem guarda. Havia um show deles programado para ontem na festa junina da Portuguesa de Desportos. No grupo "paulista", que está no Sesc Interlagos, houve defecções. Denny (de "Coruja"), cujo ex-parceiro Dino morreu, brigou com um dos músicos de apoio e abandonou o barco. Saiu reclamando do minguado cachê que lhe coube nas apresentações de janeiro. Um ano após seu ressurgimento, o movimento ainda promete extensão. O produtor de cinema Paulo Pélico tem um argumento pronto e está tentando captar financiamento para um longa-metragem ambientado no habitat por excelência da Jovem Guarda -a Rua Augusta. Show: Jovem Guarda Onde: Sesc Interlagos (Av. Manuel Alves Soares, 1100, Interlagos, tel. 520-9911) Quando: Hoje, 11h Quanto: R$ 5,00 (crianças até 14 anos pagam R$ 2,50) Texto Anterior: Uma imprevisível frequência sonora Próximo Texto: Quarteto de violões rearranja música dos séculos 17 e 18 Índice |
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