São Paulo, terça-feira, 25 de junho de 1996
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A morte de PC; Excesso de conversa; Serviços prestados; Tapeação; Bola de cristal; Produto para a elite; Insubstituíveis; Sem negociação

A morte de PC
"A morte de PC Farias provoca uma perda imensurável: desaparece a principal testemunha do maior assalto praticado contra os nossos cofres, em todos os tempos."
Flávio Cavaleiro (Piratininga, SP)
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"PC Farias morreu? Sim! E a testemunha? Também morreu.
Solucionado o caso, crime passional, para tristeza de alguns e alívio de uma multidão."
Elio Guimarães (Taubaté, SP)
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"Mesmo antes da apuração policial devida pode-se afirmar com certeza absoluta que o homicídio praticado contra Paulo César Farias teve motivação passional: foi ou a clássica paixão amorosa ou a, infelizmente também tradicional entre nós, paixão pela impunidade."
Jorge João Burunzuzian (São Paulo, SP)

Excesso de conversa
"O artigo 'Barril de pólvora', de Fernando Rodrigues (19/6), esclarece quais são as intenções do governo FHC na questão da reforma agrária.
Há, porém, duas observações a serem feitas: 1) em nenhum momento soubemos que o sr. José Gregori, chefe de Gabinete do Ministério da Justiça, busca interlocutores com o MST. Nem mesmo sabíamos que esse senhor 'tem se esmerado em receber líderes do MST'.
2) A direção nacional do MST já esteve em duas audiências com o presidente Fernando Henrique Cardoso (26/7/95 e 2/5/96) e mantém reuniões mensais com o ministro Raul Jungmann.
Portanto não há problema de comunicação com o governo. O problema é que o governo não cumpre nenhum acordo que assume com os trabalhadores. Por isso a necessidade de mobilização para pressionar o governo."
Egidio Brunetto, da direção nacional do Movimento Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra -MST (São Paulo, SP)

Serviços prestados
"A comissão nacional contra a discriminação racial da CUT vem parabenizar a Folha pela publicação sobre as eleições municipais, onde consta o quesito cor.
A Folha presta dois serviços à comunidade negra: atende a uma reivindicação antiga do Movimento Negro Brasileiro e contribui para a construção da cidadania de um povo tão discriminado e isolado deliberadamente pela classe dominante do processo político do país."
Neide A. Fonseca, diretora do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial (Inspir) e integrante da Comissão Nacional contra Discriminação Racial da Central Única dos Trabalhadores (CNCDR-CUT).

Tapeação
"A cobertura da imprensa para o candidato Serra lembra com detalhes a tapeação das Diretas-Já. Era a salvação!
Um editor de revista poderoso já chamou o sr. Serra de prefeito!
Nós, paulistanos, precisamos prestar atenção no seguinte:
1) no desgoverno Montoro o sr. Serra era um dos mandões, já que o eleito só pensava em Diretas-Já;
2) o Banespa teve grande parte de sua dívida contraída no período Montoro/Serra;
3) a segurança em São Paulo foi destruída nesse mesmo período;
4) o sr. Serra ministro conseguiu fazer o maior déficit público da história;
5) a dupla Serra/Dorothea conseguiu aumentar o carro popular de US$ 7.500 para US$ 12 mil mexendo nas alíquotas;
6) trabalhar de madrugada não qualifica ninguém. Isso é coisa de cronista social e assessor de imprensa."
Luiz Gornstein (São Paulo, SP)

Bola de cristal
"Sobre o editorial 'Mil canais' e o texto 'Por que os ricos ficam mais ricos' (16/6): a tese do editorial da Folha, confirmada por dezenas de indícios econômicos, sociais e demográficos, aponta a implosão de democracia capitalista e a incubação de uma nova Idade Média.
A neodemocracia é um sistema feudal com uma minoria de barões se segregando da multidão de vassalos por muralhas tão reais como as dos castelos medievais.
Vale observar os EUA. Não sou um Dornbusch, mas minha bola de cristal prediz um renascimento do comunismo -dessa vez da burguesia desapossada- no país que era a vitrine da democracia e, 300 anos após a primeira, uma segunda revolução americana.
Do ponto de vista da moralidade e da justiça, a visão é otimista."
Hanns John Maier (Ubatuba, SP)

Produto para a elite
"A página 11 da Folha de 5/6 traz, num cantinho de pouca visibilidade, a informação de que o 'The Los Angeles Times', 'quarto maior jornal em circulação dos EUA', reduziu seus preços de US$ 0,50 para US$ 0,25.
Curioso é que a própria Folha, assim como a maioria dos grandes jornais brasileiros, custa R$ 1, aproximadamente o dobro do que o jornal norte-americano.
Num país onde o salário mínimo é de míseros R$ 112, por que diabos a Folha resolveu investir em cores (no caríssimo e moderníssimo CTG) em vez de baratear o seu produto?
Será que no Brasil jornal, informação e cultura terão que ser sempre produtos para a elite?"
José Augusto Vasconcellos Neto (Santos, SP)

Nota da Redação - A maior parte dos jornais norte-americanos aumentou seus preços de circulação em 1995, devido à elevação dos preços de papel de jornal. A atitude do "The Los Angeles Times" não reflete a situação do setor. A Folha visou melhoria de qualidade, maior competitividade de seu produto e diminuição do custo operacional com a construção do Centro Tecnológico Gráfico.

Insubstituíveis
"Fiquei indignada, assustada e preocupada ao ler na Folha de 19/6 uma reportagem do Xico Sá dizendo que o Tiririca veio para ocupar o lugar dos Mamonas.
Ninguém jamais ocupará o lugar dos Mamonas."
Paula Cristina Pena (Campinas, SP)

Sem negociação
"Sobre o artigo 'Quando gente apodrece' de Clóvis Rossi (14/6), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco acrescenta que o Banco Bandeirantes e o Banco Central têm adotado uma postura arrogante quando se recusam a negociar com os funcionários do Banorte.
Para piorar a situação dos bancários, o Banco Rural, comprador do banco Mercantil, promoveu 240 demissões este mês e vai fechar seis das nove agências no Recife."
Marlos Guedes, presidente em exercício do Sindicato dos Bancários de Pernambuco (Recife, PE)

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