São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996
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Mordomo diz que havia indício de briga no quarto

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A sala da casa em que Paulo César Farias e a namorada dele foram encontrados mortos estava desarrumada, como se tivesse havido uma briga, disse ontem em depoimento à polícia o mordomo de PC, Genivaldo da Silva França.
Ele disse que deixou a casa por volta de meia-noite e meia, após servir uísque ao casal, e que até então não tinha presenciado nenhuma cena de briga entre os dois.
Depois disso, segundo o depoimento dele, foi dormir na casa dos empregados, que fica a cerca de 50 metros da casa em que o casal estava. França afirmou que não escutou tiros nem discussão.
Segundo ele, durante a noite o casal tomou pelo menos uma garrafa de uísque.
Durante o período em que estavam lá Augusto Farias (irmão de PC) e duas outras pessoas, foram consumidas três garrafas de champanhe e uma de vinho tinto.
Quatro arrombaram
O mordomo disse que, na manhã do domingo, a janela do quarto de PC foi arrombada com um cavador (instrumento parecido com uma alavanca), por quatro pessoas: ele, o segurança Reinaldo Correia de Lima Filho, o jardineiro Leonino e outro segurança.
Reinaldo foi o primeiro a entrar no quarto, conforme o depoimento do mordomo. Em seguida, entraram o deputado Augusto Farias e um assessor dele, Marcos Maia, que haviam sido chamados pelos seguranças, sempre conforme o depoimento do mordomo.
França prestou depoimento durante cinco horas e 15 minutos -das 11h30 às 16h45, na Secretaria da Segurança Pública. Ao deixar o prédio, entrou num automóvel de marca Tempra, preto, sem placa, e não quis falar com a imprensa.
As informações sobre o que ele disse no depoimento foram passadas aos jornalistas pelo delegado Cícero Torres.
O delegado Torres disse que até ontem ainda não estava marcada a data para o depoimento do deputado Augusto Farias.
"Ele me ligou afirmando que abre mão de qualquer prerrogativa parlamentar que tenha para vir depor", disse Torres.
Também prestou depoimento o soldado da PM Adeíldo Costa dos Santos, um dos seguranças.

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