São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996
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Promotor lembra outros casos

WILSON TOSTA
DA SUCURSAL DO RIO

O promotor José Muiños Piñeiro Filho fracassou na tentativa de sensibilizar os jurados a manter a condenação inicial de Marcos Vinícius Emmanuel.
O promotor pediu justiça ao lembrar massacres que marcaram a história recente do Brasil, como os de Eldorado dos Carajás (PA), Acari, Vigário Geral e Carandiru.
Piñeiro Filho fez um histórico do crime, das investigações e do processo, tentando provar que o réu agira espontaneamente, a fim de se vingar do apedrejamento de um carro da polícia por menores.
"O Cunha (soldado Nelson Cunha, outro réu confesso) disse que, na Candelária, queria que Emmanuel saísse do carro, mas Conceição mandou Emmanuel ficar ao volante, para não ser reconhecido, já que trabalhava ali", disse.
Para o promotor, os assassinos agiram porque tinham possibilidade de fugir rapidamente, pois Emmanuel os esperava no carro. "Isso não é participação?".
Após a fala do advogado de defesa, Piñeiro Filho atacou a tese da "coação irresistível".
"Ele (Emmanuel) tem participação em 11 homicídios, mas não tem coragem de virar a arma contra o diabo (Conceição) e mandá-lo para Satanás", afirmou.
Antes de começar a réplica (argumentação após a exposição da defesa), Piñeiro analisou a atuação de Maurício Neville, chamando-o de "um grande canastrão". "Não estou ofendendo. No dicionário, canastrão significa teatral. Estou elogiando a ilustre defesa."
(WT)

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