São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 1996
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BID quer poder estatal na privatização

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Para Enrique Iglesias, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as privatizações devem ser acompanhadas de mecanismos eficientes de controle por parte do Estado, para evitar abusos contra a sociedade. Em coletiva de imprensa ontem no Paraguai, onde liberou créditos para o governo, Iglesias afirmou que o Estado não pode renunciar à sua responsabilidade de ter controle das privatizações, em especial no caso de serviços públicos.
Quando se trata de privatizações nesse setor, o BID aconselha que se construa um aparato regulatório que garanta que o monopólio privado não se converta em elemento de abuso contra a sociedade.
Para Iglesias, a privatização é "um instrumento, não um objetivo perfeito", que cada país deve decidir como e quando usar.
O presidente do BID destacou que na América Latina mais de 2,5 mil empresas já passaram às mãos privadas, porque a maioria dos governos entendeu que esta seria a forma de aumentar a eficiência do gasto público na área social.
"O importante é contar com um Estado eficiente, o que não podemos ter é um Estado com impunidade", sublinhou Iglesias.
Acrescentou ainda que projetos de modernização institucional, como os que o BID vai financiar no Paraguai, devem contribuir para reduzir a corrupção. O BID está emprestando ao país US$ 134,6 milhões para projetos de cooperação técnica, construção de obras viárias e modernização do Estado.
O presidente paraguaio, Juan Carlos Wasmosy, resistiu em abril último a um golpe de Estado e tem sofrido acusações de corrupção.

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