São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996
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Caminhão também fará parte do rodízio

FABIO SCHIVARTCHE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) decidiu incluir os caminhões no rodízio antipoluição da região metropolitana de São Paulo.
O presidente da estatal, Nélson Nefussi, 56, afirmou ontem que os caminhões não serão excluídos do decreto, que será apresentado oficialmente nos próximos dias e vai regulamentar a lei aprovada pela Assembléia Legislativa.
"Cerca de 45% dos caminhões emitem fumaça preta acima dos níveis permitidos", disse.
Segundo Nefussi, 30% da emissão de monóxido de carbono (CO), um dos gases mais prejudiciais à saúde, são produzidos por veículos movidos à diesel.
"Temos de suportar os ônibus a diesel porque são utilizados para o transporte coletivo. Mas não vamos abrir exceção para os caminhões", afirmou Nefussi.
Critérios
O rodízio de veículos tem seu início previsto para dia 5 de agosto e deve retirar de circulação cerca de 600 mil veículos (20% da frota) por dia. A multa para quem desrespeitar a lei é de R$ 100.
Os ônibus de linha, carros adaptados para deficientes físicos, de transporte escolar, motocicletas, tratores e similares e os empregados em serviços de emergência (ambulância, polícia e outros) também não serão obrigados a aderir ao rodízio.
No mês passado, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente multou cerca de 11 mil ônibus e caminhões, durante a Operação Caça-Fumaça -arrecadando R$5 milhões.
Liberação
O secretário estadual de Meio Ambiente, Fábio Feldmann, confirmou ontem que nem todos os 39 municípios da região metropolitana de São Paulo vão participar do rodízio, conforme a Folha antecipou na semana passada.
Ainda não há uma definição sobre quais serão as cidades excluídas, mas Feldmann acredita que apenas oito municípios (os que formam a região conurbada) sejam incluídos no decreto que vai regulamentar a restrição.
Seriam eles: a capital, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos, Osasco e Ferraz de Vasconcelos.
Os moradores dos outros municípios poderiam circular livremente na área liberada. Ao chegar na área do rodízio, teriam de aderir, respeitando a restrição ao final da placa do carro. Caso contrário, seriam multados.
Segundo Feldmann, a liberação dos municípios é explicável pela pequena frota. Em Juquitiba (região leste), por exemplo, há apenas 250 carros em circulação.
"O rodízio nestas cidades não trará nenhum benefício ambiental", ressalta.

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