São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996
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FHC rebate críticas em discurso otimista

AUGUSTO GAZIR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou o anúncio do plano de safra para 1996/1997 e fez um discurso otimista em torno do segundo aniversário do Plano Real. Ele também rebateu críticas contra seu governo.
"Quanta gente aflita, nervosa, apressados, julgam de antemão: 'O governo não fez nada pelo agricultor. Cadê aquele dedinho?' Pois aí está. O dedinho não é meu, não. É de vocês todos, agora. É um dedão", disse FHC.
Durante a campanha presidencial, FHC simbolizou suas cinco metas com uma mão espalmada.
O dedo mínimo (o menor dos cinco) representava a agricultura.
Na solenidade do Palácio do Planalto, FHC discursou para uma platéia de ministros, líderes do governo no Congresso, parlamentares da bancada ruralista (ligados ao setor agropecuário) e representantes de entidades agrícolas.
Securitização
O presidente criticou os que "confundem o povo, dizendo que securitização (das dívidas agrícolas) é dar dinheiro para rico".
O processo de securitização permite que os agricultores troquem suas dívidas por títulos do Tesouro Nacional. Os bancos passam a ter créditos junto à União.
Segundo Fernando Henrique Cardoso, a securitização custou muito para o Brasil, mas foi feita para que a agricultura tivesse condições de produzir.
"Quantas vezes (o processo de securitização) foi apresentado ao país como se fosse uma concessão menor para obter votos, como se esses votos não fossem também em benefício de reformas para o Brasil", disse FHC.
Aniversário
Durante seu discurso, o presidente fez referências ao aniversário do Plano Real. Na próxima segunda-feira, o plano de estabilização comemora dois anos.
Para FHC, o país não tinha rumo antes do Plano Real, e o governo teve que dizer não a reivindicações justas para manter o plano.
O presidente disse que no ano passado a situação da agricultura era "calamitosa", devido ao antigo descontrole da inflação. Segundo ele, hoje o país começa a "colher os frutos".
"É com esse espírito que estamos hoje aqui, de confiança, de começo de celebração do segundo ano do real", afirmou o presidente.
Segundo FHC, o momento é de "crescer, crescer, crescer e distribuir, distribuir, distribuir".
Ele afirmou que a produção agrícola atual, de 70 milhões de toneladas, é pouca.
O presidente disse querer chegar no último ano de seu governo (1998) com uma produção próxima a 100 milhões de toneladas.

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