São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996
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Revolução Francesa

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

A saída da Renault era boato no começo do ano. Já o advento da Elf nessa debandada francesa nem o mais imaginativo dos boateiros cogitou.
A relação entre as duas empresas é tamanha que Bernard Dudot, ao saber que a petrolífera faria sua despedida no final deste ano, confessou temer pelo futuro que ainda lhe resta.
Parte do sucesso da família RS se deve a total cumplicidade com a Elf. Alguns itens do motor só surgiram graças ao desenvolvimento paralelo e coerente da gasolina que o alimentaria.
A Renault não admitiu sua insatisfação com o regulamento. A Elf, porém, não poupou a F-1 e alegou, além dos altos custos, a falta de liberdade para poder desenvolver seu produto.
Tudo isso às vésperas do GP da França? Como a de Alagoas, essa história está mal contada.
No paddock de Magny-Cours já se fala em um turbo de oito cilindros sendo preparado para a série rival Indy.
Nas publicações especializadas européias ressurge o falatório sobre a tão sonhada equipe 100% francesa.
A imprensa do país escancara o estrago que o processo de privatização vem causando na Renault, de impiedoso reflexo no mercado doméstico.
Enquanto a mídia inglesa acredita que a fábrica transportará para o ITC a associação que tem com a própria Williams no Turismo britânico.
Os italianos, por sua vez, querem mais que os franceses se danem. O destino da Ferrari empurrada por Schumacher é muito mais preocupante.
Seja como for, a F-1 tem assunto para alguns meses até a verdadeira história, ou alguma versão plausível, aparecer.
E já que o assunto são histórias que fedem, a do inquérito sobre Senna já cansou.
Reafirmo minhas dúvidas sobre uma eventual condenação de Frank Williams e Patrick Head. E, mesmo que isso aconteça, o máximo que a dupla fará é não pisar mais na Itália.

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