São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"Rei" da vila olímpica é acusado de facilitar venda de ecstasy
PATRICIA DECIA
Para a casa noturna de Atlanta, Gatien estaria contribuindo com disc-jóqueis, equipamento de som e também uma soma de dinheiro não divulgada. O empresário, no entanto, está sendo processado pelo governo do Estado de Nova York, acusado de montar um esquema para facilitar a venda de drogas, especialmente ecstasy, em suas boates. Um dos promotores do caso chegou a descrever os clubes de Gatien como "supermercados de drogas". Gatien, um canadense que usa um tapa-olho devido a um acidente de hóquei, tem uma fortuna estimada em US$ 8 milhões. No dia 15 de maio, Gatien foi preso por causa das acusações e pagou US$ 1 milhão de fiança para ser liberado, dinheiro que teria conseguido pedindo emprestado para amigos, irmãos e ex-mulher. Na semana passada, ele requisitou uma entrevista coletiva com vários veículos de comunicação dos EUA para se defender. Gatien afirmou que as acusações são irresponsáveis e podem levá-lo à falência antes do julgamento começar. O empresário disse que suas relações no mundo dos negócios ficaram seriamente prejudicadas. Segundo seu advogado, não há evidências que liguem Gatien pessoalmente na atividade de traficantes dentro das discotecas. O empresário nega as acusações e afirma que tenta manter a venda de drogas fora de seus clubes. Seu principal argumento é que o uso de ecstasy, um derivado de anfetamina que provoca euforia e pode levar à morte, não é tão simplesmente verificável quanto o de outras drogas, o que dificultaria sua detecção. Outro ponto levantado por Gatien é que a polícia americana verificou a venda do produto dentro dos clubes por meio de um informante, um frequentador que entrou com os agentes e levou-os direto ao ponto de venda. Vida devassada Em Nova York, ele passa por uma fase difícil. Está tendo suas declarações ao imposto de renda investigadas, sob suspeita de sonegação, e pode perder a licença para vender bebidas alcoólicas. Seus clubes continuam abertos, mas o número de clientes vem caindo. O gerente da Limelight, Rickey Mercado, declarou que o público na casa foi reduzido em 20% depois do início do processo. Segundo ele, agora os principais frequentadores são turistas. A boate "Tunnel" é considerada a maior de Nova York. São sete ambientes incluindo as pistas de dança, café e sala de jogos. O banheiro da casa é outra atração. Do tamanho de algumas pistas, ele tem um DJ próprio, um bar e duas alas, para homens e mulheres, mas com circulação comum. O local seria um dos principais pontos de venda da droga, segundo a polícia. Gatien começou seu primeiro negócio, uma loja de jeans, aos 17 anos. Aos 22, abriu um clube, na Flórida, a primeira Limelight. Em 83, inaugurou a casa de Nova York, no prédio de uma igreja. Gatien também é dono do Palladium de Nova York, mas a casa não está incluída nas acusações. (PD) Texto Anterior: Apresentação de rappers acende polêmica Próximo Texto: Shaquille interpreta gênio da lâmpada Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |