São Paulo, sábado, 29 de junho de 1996
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Papel de informar; Só ela; Método questionável; Aposentadoria de servidor; Candidatura Rossi; Feminismos; Pérola

Papel de informar
"Não vi mal nenhum na foto de capa do dia 27/6. Não é nada agradável ver fotos de mortos, mas o papel da imprensa é mostrar e informar.
Não vai ser pelo motivo de a Folha publicar algo de que não gosto que o conceito que tenho por este jornal vai diminuir."
Luis Gustavo Basso (Bariri, SP)

Só ela
"Zélia Cardoso de Melo reformou uma propriedade com recursos que lhe foram doados por um primo rico. O primo rico já morreu. A ajuda foi dada a ela em dinheiro vivo.
Só uma pessoa no Brasil acreditou nessa explicação: foi a velhinha de Taubaté."
Odair Cordeiro (Porto Velho, RO)

"Venho registrar meu protesto pela publicação na primeira página de 27/6, digo, 28/6, da fotografia que envolveu a morte de PC Farias e sua namorada, digo, do rosto indecente da sortuda ex-ministra, que nos surrupiou a poupança, mas encontrou um feliz poupador que lhe presenteasse com US$ 40 mil, sem recibo..."
Roberto Antonio Cera (Piracicaba, SP)

Método questionável
"Fomos repetidamente procurados por um jornalista, que se apresentou com o nome de Fábio, querendo obter informações sobre o material da campanha do candidato Celso Pitta, impresso na rede Brasil Laser Color.
Explicamos que, como prestadores de serviços, não poderíamos revelar o conteúdo. Ele deveria procurar o publicitário Duda Mendonça.
O repórter apresentou-se a um dos nossos funcionários como sendo da agência de publicidade e conseguiu a informação: um dos prováveis slogans da campanha, publicado em 5/6.
Não nos parece que todo o seu empenho em burlar a nossa segurança tenha resultado em algo construtivo e tampouco de grande relevância, enquanto informação. Seu único resultado foi criar um mal-estar entre o funcionário enganado, empresa, agência e cliente.
Vale a pena criar embaraços entre pessoas e empresas para antecipar, por um dia, um slogan que seria dado no dia seguinte?"
Leopoldo Gonzaga, gerente-geral de franchising da Brasil Laser Color (São Paulo, SP)

Aposentadoria de servidor
"É com tristeza que, lendo a 'opinião da Folha' no editorial 'Reforma possível', de 22/3, constato que ela em nada difere da grande maioria dos órgãos de imprensa brasileiros. Todos omitem! Por quê?
No caso citado a Folha não informa e nem raciocina que o servidor público não tem limite para contribuição à Previdência Social.
Enquanto na iniciativa privada o teto de contribuição é de aproximadamente R$ 850, no serviço público esse teto não existe.
Um servidor público que ganhe R$ 2.000 recolhe 12%, ou seja, R$ 240. Um trabalhador da iniciativa privada, com esse mesmo salário, recolhe à Previdência mais ou menos R$ 85.
Como querer, então, que, na aposentadoria, ambos tenham tratamento igual?
Na segunda parte, diz a Folha que as aposentadorias no serviço público são muito precoces. Não seria precoce, isso sim, a idade com que o brasileiro é obrigado a começar a trabalhar?"
Eduardo Domingos Lerario (São José do Rio Preto, SP)

Nota da Redação - Para se aposentar com benefício superior ao teto da Previdência, o funcionário federal de fato faz contribuições mensais maiores que o trabalhador do setor privado. Mas tal contribuição foi instituída apenas em 1993. Ademais, o assalariado privado não tem a prerrogativa de se aposentar com benefícios superiores a dez salários mínimos, mesmo que estivesse disposto a contribuir proporcionalmente mais. A manutenção responsável do regime público de aposentadorias depende ainda de uma demonstração, até hoje inexistente, de que ele é atuarialmente viável.

Candidatura Rossi
"Não pude deixar de notar o quanto este jornal é deliberadamente contra a candidatura de Francisco Rossi para prefeito da capital.
Foi assim na campanha de governador e o é agora, deixando de mostrar o candidato em São Paulo e mostrando o 'chapa branca' pondo ovo em pé no Rio de Janeiro ou então mostrando pesquisas qualitativas que não batem com as quantitativas.
Não sei com quem esta Folha está de rabo preso, porém com o leitor, que é povo, não é."
Antônio Tadeu de Alcântara Vezzi (Cosmorama, SP)

Feminismos
"Há mais feminismos entre o céu e a terra do que entre o feminismo radical americano, que propunha uma espécie 'de guerra de secessão' entre homens e mulheres, e o feminismo essencialista (que supõe uma essência feminina intrinsecamente superior), ambos criticados por Otavio Frias Filho em 23/5 ('Feminismo sem eufemismo').
Alguns articulistas desta Folha fazem questão de afirmar que o feminismo é um fenômeno superado, datado; outros tentam caricaturá-lo, o que nos remete a uma questão desafiante a este influente órgão de imprensa: por que não dar voz à pluralidade de feminismos que vicejam nos anos 90, distantes dos dois extremos citados no início?
As práticas e discursos feministas dos anos 90 têm adotado uma perspectiva teórica de que as relações de gênero são construções sociais e históricas e nada têm a ver com um destino biologicamente dado, e estruturam a realidade social em seus variados aspectos.
Procuram desconstruir as representações entre o masculino e feminino que em todos os espaços sociais se estruturam como desiguais, hierárquicas e subordinadas."
Maria Lucia da Silveira (São Paulo, SP)

Pérola
"Na sua coluna de 5/6, o sr. Matinas Suzuki, aquele que consegue deixar quadrada a 'Roda Viva', lançou uma pérola jornalística: '... vamos ao jogo do Estádio Olímpico (curioso nome: as Olimpíadas são gregas e não romanas, certo?), de Roma'.
Talvez ele não saiba, mas as Olimpíadas são alemãs: esqueceram do Estádio Olímpico de Munique?
Pensando bem, as Olimpíadas devem ser brasileiras: lembram-se do Estádio Olímpico do Grêmio, em Porto Alegre?
Na realidade, eu tenho uma pista: Jogos Olímpicos de 1960, em Roma; Jogos Olímpicos de 1972, em Munique. Será que isso quer dizer alguma coisa?
Só falta descobrirmos o ano em que se realizaram os Jogos Olímpicos de Porto Alegre."
Marcelo Sant'Iago (São Paulo, SP)

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