São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Desemprego é o problema mais grave

DA REDAÇÃO

64% dos entrevistados acham que a desocupação vai aumentar; só 15% avaliam que a tendência é de queda

O desemprego é o problema mais grave que o país enfrenta na opinião dos brasileiros, constatou a pesquisa Datafolha.
No levantamento, em que os entrevistados puderam dar suas respostas de forma espontânea, o desemprego foi citado por 33%. A saúde (15%), a educação (8%) e a miséria (7%) vêm a seguir.
A maioria absoluta dos entrevistados (64%) disse acreditar que o desemprego vai aumentar. Apenas 15% acham que a tendência é de queda. É curioso notar que os mais descrentes em relação à redução do desemprego estão entre os de melhor situação financeira.
O problema tende a piorar para 71% dos que recebem mais de 20 salários mínimos por mês.
Os pessimistas entre os que ganham menos de dez salários são 64%. É nessa faixa salarial, aliás, que está o maior índice de otimismo em relação ao desemprego. Para 16% deles, haverá redução.
Área social
As consequências do desemprego parecem se refletir no levantamento sobre a atuação do governo Fernando Henrique na área social.
Para a maioria dos entrevistados (61%), a administração dá menos atenção do que deveria às questões sociais, contra apenas 26% que consideram na medida certa a dedicação de FHC a essa área.
Há menos críticos em relação ao desempenho do governo nessa área entre aqueles que recebem menos de dez salários mínimos.
Área econômica
FHC também não é aprovado por seu desempenho na área econômica. Segundo 42%, o governo não dá a atenção que deveria a esse setor -mas 35% consideram que a atenção está sendo dispensada na medida certa.
O brasileiro é taxativo sobre quais deveriam ser as prioridades do governo. Para 63%, dedicação a temas como educação, saúde e habitação é mais importante do que medidas que garantam a estabilidade econômica -apontadas por 28% dos entrevistados como as mais necessárias.

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