São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Era preciso saber ler

DA SUCURSAL DO RIO

Ao pesquisar em arquivos de Portugal, Nireu Cavalcanti diz que "a maioria dos portugueses tinha que saber ler e fazer operações básicas de aritmética".
Dentre os que voltavam para a corte, três podiam ser considerados mendigos, pois não tinham ocupação ou moradia.
Mas Cavalcanti afirma que a maioria dos colonos estava longe do estereótipo de vagabundos e ladrões.
Alguns voltaram com pequenas fortunas. É o caso de um alfaiate que, segundo Cavalcanti, levou 13 contos de réis para Portugal.
"Isto dava para comprar um sobrado em Lisboa e ainda viver de rendas pelo resto da vida."
A maior parte dos colonos (80,9%) tinha entre 30 e 69 anos, sendo originários de centros urbanos do norte de Portugal, como as cidades do Porto e Braga.
Como também eram requisitados passaportes para os que viajavam dentro do Brasil, de uma capitania para outra, fica claro que a Metrópole procurava exercer um controle rígido sobre os colonos.
Ao estudar trabalhos de historiadores portugueses contemporâneos, Cavalcanti constatou a existência de uma rígida política de formação de um quadro administrativo altamente qualificado. Cavalcanti diz que, por falta de gente, eram contratados em outros países militares, professores e administradores.

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