São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ginástica especial pode resolver casos
NOELLY RUSSO; AURELIANO BIANCARELLI
Em Curitiba, a médica especialista em sexologia Marilene Cristina Vargas utiliza um equipamento capaz de medir o relaxamento ou flacidez da musculatura da vagina. Trata-se de uma eletromiografia computadorizada, um aparelho que utiliza estímulos para detectar a ausência de orgasmos vaginais e clitorianos. Segundo a médica, o mesmo equipamento indica quais feixes de músculos precisam ser exercitados. Uma série de exercícios feitos com o aparelho e repetidos em casa podem recuperar o orgasmo que a vagina flácida ou larga já não possibilitava. Segundo Marilene, a utilização desse equipamento reduz em até 70% o número de cirurgias do períneo. Autora dos livros "Manual do Tesão" e "Manual do Orgasmo" (Civilização Brasileira), a médica diz que seu Núcleo de Estudo de Sexologia e Geriatria de Curitiba mantém pesquisas em comum com sexólogos da Áustria, Índia, Japão e EUA. Entre seus pacientes, estão mulheres de vários países da América Latina. Entre as vítimas da flacidez vaginal estão pacientes muito obesas, que tiveram doenças degenerativas, que perderam peso muito rapidamente ou que tiveram bebês muito pesados. Embora adepta do exercício, Marilene defende a cirurgia em algumas disfunções. É o caso, por exemplo, de clitóris totalmente recoberto pelo prepúcio. Sem o contato direto com o clitóris, a mulher tem dificuldade em se excitar. Outra cirurgia possível é quando o clitóris se encontra a mais de 4 cm da entrada da vagina. Desaconselhável Em nenhum dos casos, no entanto, o clitóris deve ser submetido a cirurgias. Homossexuais femininas chegam a perfurar o clitóris pendurando espécies de brincos para aumentar a sensibilidade. Alguns médicos sugerem injeções de silicone que aumentariam o tamanho do clitóris. A prática é desaconselhada pelos especialistas. Yhelda Felício também recomenda a ginástica para alguns casos de fortalecimento na musculatura vaginal. "Acompanhada por especialista pode resolver." Ela desaconselha qualquer tipo de intervenção no clitóris. Nas cirurgias feitas em mulheres e homens, o período de abstinência sexual vai de 30 a 40 dias. As cirurgias masculinas, em geral, exigem troca diária de curativos. Para homens e mulheres é adotado o uso de antibióticos e antiinflamatórios. As cirurgias simples usam anestésicos locais, como no caso de diminuição dos pequenos lábios. Esse tipo de operação pode ser feita em ambulatório. Uma intervenção para alongar o pênis requer anestésicos do tipo peridural ou raquidiana e tem de ser feita em clínicas cirúrgicas. Para as mulheres, é preferível fazer fora do período menstrual. No caso de o ciclo aparecer após a cirurgia, o uso de absorventes deve ser orientado pelo médico. (NOELLY RUSSO e AURELIANO BIANCARELLI) Texto Anterior: Microondas mata bicho de livro Próximo Texto: Travesseiro certo evita dores nas costas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |