São Paulo, domingo, 30 de junho de 1996
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Mandamentos

JUCA KFOURI

João Havelange gosta de ensinar aos seus próximos os três mandamentos que regem sua vitoriosa trajetória:
1) na vida se vive ou se mata; 2) na vida não se passa recibo; 3) na vida só o poder é mais importante que o dinheiro.
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Carlos Arthur Nuzman aceitou contrariado a candidatura Rio-2004. Ele pensava em 2008.
E, três dias depois que a missão brasileira -FHC à frente, Pelé e Havelange incluídos, além dele próprio- foi recebida com pompa por Juan Samaranch, presidente do Comitê Olímpico Internacional, Nuzman ameaçou retirar a candidatura caso a Sports Media não fosse a agência exclusiva da empreitada. Levou.
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Vence hoje o prazo para as propostas em torno da nova regulamentação do passe. Agora, restam quatro caminhos a saber:
1) esquecer o assunto; 2) assinar como resolução; 3) transformar em medida provisória; 4) mandar para o Congresso como projeto de lei.
A primeira e a quarta opções equivalem ao arquivamento da idéia.
A segunda será imediatamente contestada pelos clubes que a consideram inconstitucional e têm grande chance de triunfar.
A terceira tem pouca chance política de ser adotada.
Agora é esperar para ver que bicho dá.
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Alemanha e República Tcheca decidem a Eurocopa-96.
Já há quem proponha que comecem o jogo pela disputa de pênaltis, a exemplo do que acontece no torneio dos conjuntos de rock organizado pela MTV.
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Flamengo e Vasco decidem o Campeonato do Rio.
A administração do Maracanã, escaldada, promete proibir a entrada em campo de pessoas estranhas ao jogo -cartolas, guarda-costas, bicões e repórteres de rádio.
Só vendo para crer.
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A administração do Maracanã, por sinal, anuncia que passará a cobrar apenas 7% como taxa de aluguel.
Assim, elimina o argumento da CBF, que ameaçou não programar jogos para lá no Campeonato Brasileiro, alegando que a taxa de 10% era exorbitante.
De quebra, a medida obriga que os que querem levar o Flamengo para todos os cantos do país, em busca do faturamento com placas, achem outra desculpa.

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