São Paulo, terça-feira, 2 de julho de 1996 |
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Especialista vê '60% de certeza' na tese da perícia
EMANUEL NERI
A opinião de Massini, que chegou a ser convidado para acompanhar os trabalhos em Maceió, segue na mesma direção da dos legistas alagoanos. Segundo essa versão, houve homicídio seguido de suicídio. Massini é considerado um dos principais legistas do país. Há três meses, atuou na apuração do massacre dos sem-terra no Pará. Massini não teve acesso ao laudo dos legistas, mas diz haver evidências claras de que Suzana matou PC Farias e, em seguida, suicidou-se. Para o legista, a namorada de PC adotou comportamento típico de um "suicida clássico". Para Massini, os telefonemas dados por Suzana para o dentista Fernando Colleoni, na madrugada do crime, "demonstram o estado de depressão vivido por ela, que é típico dos suicidas". Pelo que tem acompanhado do crime, segundo Massini, não há evidências da participação de "muita gente" na morte de PC e Suzana. Para ele, ainda há dúvidas sobre a trajetória que a bala fez depois de entrar no peito de Suzana. A trajetória da bala que matou Suzana é de cima para baixo. No caso de suicídio, em geral, a bala mantém uma linha reta ou de baixo para cima. Mas Massini não acredita que isso desmonte a versão de suicídio. Ele também não acredita na versão de que seguranças de PC mataram Suzana. "Um segurança não iria raciocinar para dar apenas um tiro, para parecer suicídio." "Ele iria descarregar o revólver inteiro. Se possível daria 50 tiros", afirmou. Para Massini, a principal chave para a elucidação do crime foi a descoberta do histórico sobre a arma que matou PC. "Está esclarecido que a arma era da Suzana, que foi ela quem comprou e se preocupou em aprender a atirar", afirmou. "Depois tem o chamado gatilho do crime, que foi o desentendimento emocional entre ela e PC." Texto Anterior: O dia das investigações Próximo Texto: Peritos acham 'difícil' identificar vozes Índice |
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