São Paulo, terça-feira, 2 de julho de 1996![]() |
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Teste revela que segurança deve ter escutado os tiros LUCAS FIGUEIREDO LUCAS FIGUEIREDO; ARI CIPOLA
ARI CIPOLA Teste de tiros feito na casa de praia onde foram mortos PC Farias e Suzana Marcolino indica que seguranças do empresário podem ter ouvido os disparos que mataram o casal. Nos depoimentos dados à polícia, os quatro seguranças que estavam na casa na noite do crime negaram ter ouvido os disparos. Os 40 jornalistas que acompanhavam o teste ouviram os disparos, feitos com a mesma arma que matou PC e Suzana. Os jornalistas estavam a cerca de 50 metros da casa, 10 metros mais distante do que o local onde estaria um segurança na noite do crime. Os tiros foram disparados às 11h12 de ontem, dentro da casa fechada, pela Polícia Civil de Alagoas e a pedido do legista Fortunato Badan Palhares, da Unicamp. "Quantos tiros?" "Vocês ouviram quantos tiros", perguntou Palhares aos jornalistas. "Dois", foi a resposta. "Erraram", disse Palhares, sem revelar quantos tiros foram disparados. O fato de dois tiros do teste de ontem terem sido ouvidos põe em cheque a posição da polícia. O delegado responsável pelo inquérito, Cícero Torres, havia dito semana passada que outro teste de tiros feito na casa de praia de PC Farias indicava que os disparos que mataram o casal não poderiam ter sido ouvidos. Torres afirmou que os policiais posicionados junto à piscina no primeiro teste não ouviram os disparos. Segundo ele, somente uma pessoa que estava próxima da casa teria escutado um barulho "semelhante a um coco caindo". Antes dos disparos do segundo teste realizado ontem, Palhares se posicionou junto à piscina -mesmo local onde estava um dos seguranças na noite do crime. Os jornalistas que ouviram os tiros estavam dez metros à frente de Palhares, já na areia da praia. No momento dos disparos, os jornalistas conversavam e o vento soprava forte. Mesmo assim os estampidos foram ouvidos nitidamente por todos e até captados pelos áudios das câmeras de TV. Os peritos da equipe de Palhares retiraram o pedaço da parede de madeira que teria sido perfurada pelo tiro que matou Suzana. O material será analisado para determinar se a marca do tiro corresponde à bala que a matou. Também devem ser feitos exames de DNA nos resíduos encontrados na bala para saber se o código genético dos mesmos coincidem com o da moça -confirmando que ela transpassou seu corpo. Os peritos fizeram testes com raio laser no buraco por onde passou a bala que teria matado Suzana. O objetivo é saber exatamente a posição da pessoa que disparou os tiros. A polícia alagoana anunciou que os diferentes resultados dos testes se devem às circunstâncias de cada um. O primeiro teste foi feito no mesmo dia da morte do casal (dia 23 de junho) entre 22h e 23h. Texto Anterior: Siameses separados Próximo Texto: Teste confirma uso de revólver Índice |
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