São Paulo, terça-feira, 2 de julho de 1996 |
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Filme é teste para a dupla
DE WASHINGTON Peter e Bobby Farrelly são muito mais inteligentes e agradáveis que seus filmes, produzidos, sem a menor dúvida, com o único objetivo de ganhar dinheiro. Peter, que é escritor, se realiza como autor em seus livros. Bobby, geólogo de profissão, não parece ter qualquer tipo de ambição artística.A parceria atual não poderia ser adivinhada quando os Farrelly eram jovens. Nunca fizeram vídeo doméstico, não tinham gosto particular em ir ao cinema. Se algum filme marcou a infância dos dois, foi "Dívida de Sangue" (de Elliot Silverstein, 1965), um faroeste cômico que deu a Lee Marvin um Oscar. Talvez daí e de seu aparente natural prazer em imaginar situações engraçadas venha a idéia de produzir comédias. Trabalhar juntos é para os dois segundo dizem, muito fácil. "Se você vive com um cara se masturbando o tempo inteiro a três metros de você, cria-se entre os dois uma relação de confiança recíproca insuperável", diz Bobby. Como co-diretores, eles resolveram dividir tarefas: Peter com os atores, Bobby atrás das câmeras. Em "Kingpin", jogaram pesado para terem o carismático Woody Harrelson no elenco. Harrelson e Peter dividiram um quarto juntos, no início de suas carreiras, e Peter usou essa intimidade para convencer o amigo a lhes dar uma ajuda. Para futuro dos Farrrelly, é fundamental que "Kingpin" não seja um fracasso. "Débi e Lóide" faturou US$ 250 milhões, uma das maiores bilheterias da história para cineastas estreantes. Para não ficarem marcados como artistas de uma obra só, têm que se manter ao menos nos US$ 100 milhões. Outros projetos já estão a caminho: uma nova edição de "Os Três Patetas" e uma comédia delirante sobre irmãos siameses. Fora do cinema, Bobby quer iniciar carreira como chefe de família, com casamento marcado para este ano, e Peter continua com seus livros. Pronto para a impressão está um em que ele relata sua grande aventura ao chegar em Los Angeles. Ele testemunhou uma tentativa de suicídio num dia e o suicídio da mesma pessoa que tentara se matar na véspera no dia seguinte, no mesmo local. Depois de ter escrito sobre o episódio no "The Los Angeles Times", Peter diz ter se transformado num consultor de suicidas em potencial nos meses seguintes. Texto Anterior: "Kingpin" quer devolver ao boliche os seus tempos de glória Próximo Texto: Angel atrai pela beleza física Índice |
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