São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996
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PFL reage a verba federal cedida ao PSDB

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A distribuição dos recursos do Orçamento da União provocou uma rebelião entre os parlamentares da base de apoio do governo.
A maratona do ministro Adib Jatene em defesa da criação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) esbarrou ontem no descontentamento dos governistas na Câmara.
Pefelistas acusaram o Palácio do Planalto de favorecer prefeituras do PSDB e parlamentares tucanos nos convênios para repasse de verbas federais.
Levantamento publicado anteontem pela Folha mostrou que os tucanos foram os mais favorecido pelas liberações de verbas para habitação e saneamento.
"Para o PSDB está jorrando dinheiro. Dinheiro sujo, imundo. Para os candidatos do PSDB não falta nada. Precisamos do mínimo de reação", disse o deputado Maluly Netto (PFL-SP).
O deputado Júlio Cesar (PFL-PI) afirmou que, no Piauí, um único deputado tucano conseguiu garantir quase a totalidade dos recursos dos convênios com a FNS (Fundação Nacional de Saúde).
B. Sá, do PSDB-PI, teria fechado convênios no valor de R$ 4,815 milhões para Oeiras (PI), do total de R$ 4,884 destinados a todo o Estado para a área de saúde.
B. Sá foi procurado pela Folha em seu gabinete, mas não deu resposta ao telefonema até o fechamento desta edição.
Além dele, o Piauí tem outros nove deputados de diferentes partidos. Jatene convocou o superintendente da FNS no Estado para uma reunião hoje em Brasília.
Os deputados não pouparam nem mesmo seus colegas de partido. Maluly Netto afirmou que no PFL apenas a cúpula conseguiu assinar os convênios.
O líder do partido, Inocêncio Oliveira (PE), negou insatisfação na bancada. O próprio Inocêncio, segundo levantamento feito pelo deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG), aprovou 18 emendas. Garantiu 16 convênios no valor de R$ 1,3 milhão, aproximadamente.
CPMF
O governo negocia com seus aliados na Câmara a redução da alíquota da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) para tentar garantir a aprovação do projeto.
Ontem, o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) propôs reduzir para 0,20% a contribuição, originalmente estabelecida em 0,25% sobre as movimentações financeiras.

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