São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996
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Justiça quebra sigilo bancário de Suzana

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, José Agnaldo de Souza Araújo, atendeu o pedido de quebra de sigilo bancário da namorada de PC Farias, Suzana Marcolino da Silva.
O despacho foi publicado ontem no "Diário Oficial" do Estado. A notificação judicial foi entregue na agência do banco Rural em Maceió, no qual Suzana tinha conta.
Segundo a polícia, a quebra de sigilo é fundamental para a investigação. Ela foi requisitada pela Procuradoria de Justiça de Alagoas, que acompanha o caso.
Os extratos bancários de Suzana podem confirmar, entre outras informações, se foi ela mesmo que assinou o cheque de R$ 350 usado para comprar a arma do crime.
O delegado Cícero Torres requisitou ontem à Polícia Civil de São Paulo cópia do cheque sem fundos que Suzana passou para o dentista Fernando Colleoni.
Cheque
Informações colhidas pelo delegado apontam para a possibilidade de esse cheque ter numeração inferior ao da compra da arma. O cheque da compra da arma é de 14 de junho. O do dentista foi passado seis dias depois.
A confirmação desse fato, segundo a polícia, apontará para as seguintes possibilidades: 1) o cheque passado para a compra da arma pode ter assinatura falsa de Suzana; 2) Suzana usou os talões na ordem inversa.
A Polícia Civil de Alagoas trabalha com a possibilidade de que Suzana tenha matado PC, suicidando-se em seguida. As razões para isso seriam a péssima situação financeira dela e a disposição do empresário de terminar o namoro.
O cheque especial de Suzana tinha limite de R$ 15 mil, segundo Torres, mas o mesmo já teria sido ultrapassado diversas vezes. A cópia do cheque da compra da arma já está em poder da polícia. Mas não foi confirmado se a assinatura é mesmo de Suzana.
A prima dela, Zélia Maciel, disse à Polícia Civil que preencheu o cheque para Suzana assinar. A PF já fez o teste grafotécnico nas caligrafias registradas no cheque, mas o resultado não foi divulgado.
Depoimentos
O depoimento da outra namorada de PC, Cláudia Dantas, marcado para ontem, foi adiado.
O delegado Cícero Torres deverá ouvir hoje o soldado Josemar Faustino dos Santos, um dos quatro seguranças de PC que estavam na casa no dia do crime.
O depoimento de Flávio Almeida, chefe de segurança de PC, esperado para hoje, foi transferido. Almeida foi autorizado a viajar ao Rio, por problemas pessoais.
O delegado disse ainda que a polícia não apreendeu a bolsa e o telefone celular de Suzana.

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