São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996
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Moradores de favela brincam com risco à saúde

DA SUCURSAL DO RIO

Indiferentes aos riscos à saúde causados pelo óleo ascarel, alguns moradores da favela Pára-Pedro pareciam se sentir participantes de uma grande brincadeira, dando informações desencontradas para bombeiros, técnicos e jornalistas.
Rindo muito, Alexandro Lima da Silva, 15, disse primeiro ter manuseado o ascarel. Depois, confessou que pisou em uma poça de óleo mineral -que não é tóxico.
Adenir Jerônimo de Souza, 18, disse ter bebido ascarel. Souza mostrou manchas brancas no peito, segundo ele, causadas pelo ascarel. O diretor do PAM (Posto de Assistência Médica) de Irajá, Celso Domingos da Silva, 54, disse que o óleo não produziria tais manchas.
Para o capitão-bombeiro Itamar de Oliveira, alguns moradores podem estar mentindo porque querem ser indenizados. Ele citou o caso de um rapaz que, anteontem, em entrevistas, disse ter fritado bolinhos com ascarel.
O entrevistado mostrou feridas nas pernas e disse estar com problemas respiratórios, devido à ingestão do óleo. Depois, bombeiros e jornalistas foram informados por moradores de que o rapaz mentia e que tinha Aids.

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