São Paulo, quinta-feira, 4 de julho de 1996
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Ações de despejo diminuem em junho

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O número de ações de despejo por falta de pagamento caiu pelo terceiro mês consecutivo em São Paulo.
Foram ajuizadas no Fórum da capital 3.753 ações por inadimplência, o que representa queda de 14,55% sobre maio, que teve 4.392 processos do tipo, segundo pesquisa da Hubert Imóveis e Administração.
No balanço do primeiro semestre de 96, o total de ações por falta de pagamento em São Paulo foi, no entanto, 49% maior sobre o mesmo período de 95.
A média mensal desses processos em 96 (4.070) é 40% maior que a média dos últimos dez anos, que é de 2.500 ações.
O Rio registrou, no primeiro semestre de 96, 12 mil ações de despejo, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado (10.200), segundo a Abadi (Associação Brasileira de administradores de Imóveis).
Manuel da Silveira Maia, presidente da Abadi, diz que 6.000 das 12 mil ações de despejo no Rio são por falta de pagamento. Os casos restantes são de denúncia vazia.
Hubert Gebara, diretor da empresa que realizou a pesquisa em São Paulo, diz que os números ainda continuam altos se comparados aos do ano passado, mas apresentam uma tendência de queda para os próximos meses.
Gebara ressalta que somente haverá queda no número de despejos se o governo executar as medidas que vem anunciando (financiamentos para construções populares, captação de recursos externos).
Segundo José Roberto Graiche, presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), a tendência para o segundo semestre é de estabilização, com pequena redução do nível de inadimplência.
Oferta
O presidente da Abadi diz que o Plano Real beneficiou os inquilinos. A oferta de locação aumentou em 50%. após sua implementação.
"Antes do plano, a média era de 1.500 apartamentos por mês. Hoje, essa média é de 3.000 apartamentos. O crescimento da oferta se deve à estabilidade da economia".
O número de imóveis disponíveis para locação em São Paulo também diminuiu em junho passado. São atualmente 7.000, contra 7.800 em maio, segundo a Aabic.
O aumento da oferta fez os preços baixarem, de acordo com índices das associações do setor.
Em São Paulo, o preço dos aluguéis novos nos últimos seis meses foi 20% menor do que a inflação do período, apurada IGP-M (6,16%), segundo Hubert Gebara.
Ele afirma que os cálculos da Fipe, que acusam alta nos aluguéis, se referem a imóveis antigos.

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