São Paulo, segunda-feira, 8 de julho de 1996 |
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"Romeu e Julieta" do Galpão recebe elogios de diretor inglês Mineiros são convidados para conhecer o Global Theatre TÂNIA MARQUES
O convite partiu de Patrick Spottiswoode, diretor de educação do Globe, que considerou o espetáculo "uma das melhores montagens de Romeu e Julieta" que assistiu. Para Spottiswoode, a maior qualidade da montagem é sua capacidade de mesclar o cômico e o lírico. "O primeiro gesto da agonia de Mercúrio faz rir; o segundo faz chorar", observou ele. "Na Inglaterra, algumas montagens de Shakespeare privilegiam o humor, enquanto outras enfatizam a poesia, mas muito raramente consegue-se trabalhar os dois aspectos." Spottiswoode afirmou que montagens como a do Galpão têm muito a ensinar ao teatro inglês e provavelmente estão muito mais próximas das apresentações de rua do teatro elizabetano que a grande maioria dos espetáculos atualmente encenados na Inglaterra. Ele, que declarou total desconhecimento do folclore brasileiro, apreciou a mistura de elementos da cultura popular ao texto de Shakespeare. "Com certeza essas referências ampliam a experiência do espectador brasileiro, tornando a peça simples sem com isso roubar-lhe a profundidade", disse. Segundo ele, um dos fatores limitadores das montagens inglesas é, ironicamente, a fidelidade ao texto de Shakespeare, que, amplamente conhecido, pode funcionar como uma couraça no espaço dramático. "Na Inglaterra, onde todos se familiarizam com Shakespeare em idade escolar, cortar uma linha de Shakespeare corresponde, grosso modo, a arrancar uma mecha de cabelos de alguém de quem se gosta muito." Texto Anterior: Morte de PC Farias vira novela nos jornais Próximo Texto: Grupo faz turnê européia Índice |
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