São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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Produtor de SP não chora com cebola

FELIPE MIURA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Excesso de oferta e preços abaixo do custo de produção desanimam a maioria dos produtores de cebola do país desde o ano passado.
O produtor Kogi Fugita, 52, de Monte Alto (365 km a noroeste de São Paulo), conseguiu espantar a crise e garantir a rentabilidade da cultura.
Maior produtor brasileiro de cebola, Fugita administra há 35 anos as áreas agrícola e financeira dos negócios da família.
Seu pai, Tomeo Fugita, chegou do Japão em 1939, ano em que iniciou o cultivo da cebola em Monte Alto.
"Os preços baixos são transitórios. O mercado voltará a reagir", prevê Fugita.
A colheita, iniciada este mês, se estende até novembro.
Sua receita é a excelente produtividade de 50 toneladas por hectare -quase quatro vezes acima da média nacional-, além de uma estratégia comercial diferenciada.
Fugita passou a vender sua produção diretamente às redes de supermercado, depois de ter levado um prejuízo de R$ 200 mil no ano passado, por conta dos calotes de alguns atacadistas.
Grife
"Consigo preços melhores pela qualidade da cebola, devido aos cuidados na pós-colheita e também pelo fato de o produto chegar mais rápido ao mercado", diz.
Para melhorar a qualidade da cebola, ele importou recentemente da Califórnia (EUA) máquinas que fazem a "maquiagem" (limpeza) e a cura (secagem) das cebolas.
Ele também desenvolveu uma marca para seu produto, a fim de conquistar o mercado varejista e enfrentar a concorrência da Argentina.
Enquanto a maioria das cebolas é comercializada a granel, a "Fugita" vai chegar às prateleiras dos supermercados em embalagens de papelão e plástico, com rótulos de procedência e sabor. "Isto permite ao consumidor identificar a qualidade", diz ele.

Leia mais sobre cebola na pág. 6-3

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