São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vizinhos prometem entrar na Justiça

DA REPORTAGEM LOCAL

Os vizinhos do parque Ibirapuera dizem que vão entrar na Justiça para tentar impedir que a prefeitura desaproprie seus imóveis.
As desapropriações constam do Plano Diretor elaborado pelo arquiteto Oscar Niemeyer para a recuperação do Ibirapuera.
A medida atinge 88 imóveis e dois terrenos, que ficam junto ao parque. Nas avenidas República do Líbano e Quarto Centenário e nas ruas Leiria, São Giusto e Dr. Sarmento.
"Vamos entrar com ação para evitar que isso aconteça", disse Daniel Carneiro, que há uma semana foi morar na rua Leiria.
"Se for necessário, provaremos na Justiça que esse projeto é um abuso de poder", diz o engenheiro Leon Sayeg. "Ele não atende ao interesse público."
"O benefício seria mínimo se comparado com a despesa", diz a aposentada Elza Heer. "Com o valor das desapropriações, daria para construir outros parques.
O metro quadrado na avenida República do Líbano, segundo o presidente da Câmara de Valores Imobiliários de São Paulo, João Barqueiro, custa R$ 1.000. Nos outros locais afetados, R$ 700.
Para diminuir o custo, a prefeitura pretende, primeiro, tombar os imóveis para provocar a desvalorização. Depois, as casas seriam desapropriadas e demolidas.
O advogado Dalmo de Abreu Dallari diz que "a medida é um artifício que será facilmente derrubado no Judiciário." "A prefeitura está admitindo que o tombamento é uma farsa. Não vai conseguir reduzir o custo."
O secretario do Verde e do Meio Ambiente, Werner Zulauf, afirmou ontem que a desapropriação é importante porque a cidade tem carência de áreas verdes. "Os moradores reclamam, mas o fato é que eles ocupam uma área que, a rigor, deveria ser de todos."

Texto Anterior: Explosão de rojão deixa Maluf tonto
Próximo Texto: Prefeitura suspende licitação de obras
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.