São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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E Lindbergh criou as supermodels

EVA JOORY
DA REPORTAGEM LOCAL

O recém-lançado livro, "Ten Women", encerra uma fase da obra do fotógrafo alemão Peter Lindbergh. A das supermodels.
As dez mulheres-modelos, tema do livro e escolhidas a dedo por ele, são Linda Evangelista, Naomi Campbell, Christy Turlington, Tatjana Patitz, Amber Valletta, Kate Moss, Kristen McMenamy, Cindy Crawford, Helena Christensen e Claudia Schiffer (que desfila amanhã no MuBe, leia à pág. 4-5).
Lindbergh afirma não ter favoritas. Aponta Linda e Kristen como as modelos de mais personalidade. Mas avisa: "Durante um tempo curto, a favorita é a que te inspira mais do que as outras", respondeu, em entrevista exclusiva à Folha por fax de Paris.
No mês passado, Lindbergh fotografou a modelo brasileira Shirley Mallmann (leia texto ao lado). A seguir, a entrevista.
*
Folha - Por que só agora o sr. publica seu primeiro livro?
Peter Lindbergh - Sempre fui contra. Achava que era uma forma de reviver o passado. Depois de hesitar muito, achei que publicá-lo me obrigaria a fazer algo novo.
Folha - O que o atrai nas mulheres que fotografa?
Lindbergh - Você escolhe as caras que você quer fotografar da mesma maneira que escolhe a mulher para sua vida.
Folha - O sr. acredita ter criado as supermodels?
Lindbergh - Fui o primeiro a trabalhar com elas. Um dado importante aconteceu há cerca de sete anos, quando várias vezes juntei essas modelos em grupos. Essas fotos serviram de empurrão para o fenômeno das supermodels.
Quando Liz Tilberis, então editora da "Vogue" inglesa, me pediu uma capa para edição de janeiro de 90, coloquei Tatjana, Linda, Christy e Cindy juntas naquela capa, como uma forma de mostrar a minha visão do que a primeira metade dos 90 iria ser.
Folha - O que é mais difícil em ser fotógrafo de moda? Por quê?
Lindbergh - Nada, se você entender que não é importante quem você é, mas, sim, o que você faz.
Folha - O que gosta numa modelo?
Lindbergh - Em algumas, como Linda e Kristen, gosto da personalidade. Elas são criativas.
Folha - A fotografia de moda está mudada?
Lindbergh - O que muda é meu estilo. Minha visão sobre mulheres, como indivíduos fortes e independentes e que não devem ser escravas da moda, não vai mudar.

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