São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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Peça "Eduardo 2º" abre Avignon

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DE PARIS

Comemorando sua 50ª edição, o Festival de Teatro de Avignon (França) foi aberto ontem à noite com uma montagem de "Eduardo 2º", de Marlowe.
Apesar da importância da data, que confirma a vitalidade do festival e sua importância como um dos mais representativos do mundo, a crítica francesa considera a edição 1996 fraca, sem grandes atrações na programação oficial.
Em suma: uma edição que preferiu o quantitativo ao qualitativo.
A programação oficial conta com 40 peças, enquanto o festival "off" apresenta 400 espetáculos.
Um sintoma dessa falta de atrações é que a metade dos ingressos dos espetáculos oficiais -80 mil de 160 mil- foi vendida. Nenhuma peça está vazia, nenhuma está lotada.
Crescimento
Quando foi concebido, em 1947, o festival de Avignon foi assistido por 10 mil pessoas em uma semana. Hoje, apenas a programação oficial espera receber 130 mil espectadores. E o festival vai até 3 de agosto.
Se Avignon hoje cresceu demais, também tomou um outro rumo do inicialmente proposto por seu criador, Jean Vilar.
Começou como um festival dedicado estritamente ao teatro e, com o passar do tempo, foi acolhendo outras manifestações artísticas, como a dança.
O bailarino Maurice Béjart virou um frequentador assíduo. E foi lá que o cineasta Jean-Luc Godard apresentou seu carro-chefe, "A Chinesa", ao mundo.
A primeira síndrome de crescimento aconteceu em 1966, que marca a inauguração do circuito "off".
Neste ano, as principais atrações são "Eduardo 2º", dirigida por Alain Françon, e "A Tragédia do Rei Christophe", dirigida por Jacques Nichet. Nenhuma delas é considerada referencial pela crítica. Para um festival de teatro que viu nascer obras-primas como "Mahabharata", de Peter Brook...

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