São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
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Internet ganha mais sexo on line

MARINA MORAES
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK

A recente decisão de três juízes federais americanos, garantindo aos fornecedores e usuários da Internet o mesmo grau de liberdade de expressão dos jornalistas do país, continua tendo consequências.
A seu favor, essa indústria tem o fato de que os endereços mais frequentados da Net são aqueles que se encaixam na categoria "só para adultos".
Sono tranquilo
Num encarte recente para a revista que distribui entre seus assinantes, a CompuServe promete que todo pai de família vai poder dormir tranquilo se tomar algumas precauções para evitar que os filhos frequentem lugares que não são recomendados no ciberespaço.
Para tanto, a empresa recorre a uma comissão formada por integrantes da Associação Nacional de Pais e Mestres, da American Civil Liberties Union, vários psicólogos, um especialista em mídia e um membro do clero.
Esse grupo é encarregado de avaliar os endereços da CompuServe e da Internet e classificar qual o impacto que o conteúdo deles poderia ter em uma criança de 12 anos que frequentasse a rede desacompanhada.
Com o uso de um programa que é oferecido de graça, os pais podem bloquear no computador doméstico a entrada em qualquer endereço que o tal grupo considerar impróprio para menores. O nome do programa é significativo: "Cyber Patrol".
Ele permite o bloqueio total ou parcial dos endereços. Por exemplo: se um pai gosta de consultar o endereço da "Playboy", mas acha que o filho não está preparado para isso, pode criar uma senha para consultar o serviço só depois das dez da noite, hora em que o Zezinho, presumivelmente, já estará no terceiro sono.
Striptease on line
Trabalho é que não vai faltar a esses pais preocupados.
Com a decisão dos juízes, as empresas que estavam em cima do muro resolveram investir pesado no mercado "para adultos".
A novidade agora é o striptease on line.
Uma empresa de San Diego está faturando US$ 1 milhão por mês na Internet por conta da brincadeira.
Funciona assim: em seu estúdio na Califórnia, um grupo de "modelos" fica diante de computadores dotados de câmeras de vídeo.
O cliente pode trocar mensagens on line com uma das moças, desde que carregue antes em seu micro um soft que é oferecido de graça na Internet.
O serviço custa US$ 10 de mensalidade e mais US$ 5 por minuto de conexão.
Boas de conversa
Na troca de mensagens, os mais afoitos vão direto ao assunto: "Será que eu poderia ver seu corpo mais de perto?"
Só um cuidado é necessário. As moças são boas de conversa. Na média, os clientes ficam com elas por pelo menos 10 minutos, gastando US$ 50. Aceita-se cartão de crédito.

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