São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996 |
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Polícia entra em choque com as Mães da Praça de Maio em igreja Grupo queria protestar contra Menem durante missa DANIEL BRAMATTI
As mães ocuparam o interior da catedral no final da tarde de anteontem. O objetivo era passar a noite no local e fazer um protesto durante a missa comemorativa dos 180 anos da independência argentina, realizada ontem. A pedido da Cúria Metropolitana, um juiz determinou a retirada das mães, realizada pouco depois da 1h30. Algumas manifestantes -com idades entre 61 e 86 anos- tiveram escoriações leves quando foram carregadas por policiais. "Queríamos rezar por trabalho digno e gritar os mandamentos 'Não roubarás' e 'Não matarás' aos indignos do governo", disse à Folha a presidente da associação, Hebe de Bonafini. Entre os "indignos", ela citou o presidente Carlos Menem, o ministro da Economia, Domingo Cavallo, e o governador da Província de Buenos Aires, Eduardo Duhalde, todos presentes à cerimônia. "Eles matam sem balas. Matam de fome os argentinos que deixam sem trabalho", afirmou Hebe. Menem e seus aliados escaparam do protesto, mas, durante a missa, tiveram de ouvir um sermão de forte conteúdo político, com críticas ao "modelo econômico". O bispo Hector Aguer disse que o país corre o risco de se "desintegrar" se prevalecerem "interesses particulares sobre o bem comum". Centenas de policiais cercaram a praça de Maio durante a missa. A segurança foi reforçada devido ao ataque à casa do senador Eduardo Menem, irmão do presidente. Texto Anterior: Conrad inspirou Unabomber, diz FBI Índice |
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