São Paulo, quarta-feira, 10 de julho de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente é recebido por mais de 6.000 simpatizantes

Euforia marca primeira visita oficial de Mandela a Londres

RAYMOND WHITAKER
DO "THE INDEPENDENT"

Nem o tradicional cerimonial britânico conseguiu conter a empolgação causada pela primeira visita do presidente da África do Sul, Nelson Mandela, ao Reino Unido.
Ele chegou na noite de anteontem a Londres e foi ontem pela manhã para o Palácio de Buckingham, onde está hospedado.
Na cerimônia de boas-vindas, o seu Rolls Royce passou por mais de 6.000 pessoas que agitaram a bandeira sul-africana, gritaram e cantaram de modo nunca visto antes na chegada de um líder estrangeiro. Até o repertório escolhido pela banda pareceu apropriado: o tema de "Guerra nas Estrelas".
"Quando Jacques Chirac veio no mês passado, havia umas 2.000 pessoas. Quanto ao barulho, eu nunca ouvi nada parecido antes", disse um dos presentes.
Crianças gritavam sem parar o nome do presidente, enquanto Mandela, 78, era cumprimentado pela rainha Elizabeth 2ª e por seu marido, o duque de Edimburgo.
Só em um momento o alvoroço deu lugar à reflexão sobre a importância da visita -a transição de Mandela de prisioneiro que quebrava pedras a hóspede do Palácio de Buckingham, honra nunca concedida a seus antecessores.
Foi o momento da execução dos dois hinos da África do Sul, que levou espectadores às lágrimas. Primeiro, o hino em xhosa "Nkosi Sikelel' iAfrika" (Deus Abençoe a África), depois o hino em africâner, "Die Stem" (A Voz).
Mandela se reúne hoje com empresários, numa tentativa de atrair investimentos para a África do Sul. Amanhã, discursa no Parlamento e recebe títulos honorários de seis universidades britânicas.

Texto Anterior: Rússia tem pior combate após trégua
Próximo Texto: General rebelde é acusado de rebelião
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.